sexta-feira, 18 de abril de 2014

DUALIDADE


Ontem fiz uns testes em um site japonês. Um deles media a "idade mental" e outro o perfil profissional. De acordo com aquele teste, tenho 22 anos (não é a primeira vez que o faço e a diferença entre a idade cronológica e a mental é sempre de 15 anos) e me foi dado o título de "crianção". No teste profissional, me foi dado o título de "especialista".

É dessa dualidade que vou falar hoje (creio já ter escrito sobre a dualidade "bem e mal" em algum momento... se não escrevi, foi um dos rascunhos que deletei sem publicar). Não tem como ser "profissional na vida pessoal" e nem como ser "criançona na vida profissional". Pessoas que me conheceram fora do ambiente de trabalho e depois se tornaram clientes, notaram essa diferença de posicionamento e me disseram que ela é gritante.

Existem assuntos "de adulto" que eu não consigo levar "na brincadeira". Política, religião, valores, princípios, sistema educacional, projetos de vida, amizades, etc, pra mim, são coisas sérias e é assim que lido com elas, com seriedade. Muitos confundem minhas palavras "diretas" com grosseria, arrogância, dentre outras coisas. Quem pensa assim, com certeza não me viu sendo grosseira e, infelizmente, a escrita não tem tom de voz. É completamente diferente quando eu falo sério (baixo e calmo) de quando eu falo grosso (alto e cheio de palavrões). Quanto à arrogância, sei que as pessoas confundem esse conceito com o de prepotência, Schopenhauer explica bem essa diferença (passei horas procurando o texto e ainda não encontrei, de qualquer forma, vou colocar com minhas próprias palavras): resumidamente, ele diz que o prepotente "pensa que sabe", "pensa que pode" e que o arrogante "sabe e pode efetivamente", porque possui conhecimento e qualidades para isso. O arrogante fala do que sabe, com propriedade e certeza, sem querer parecer superior. O prepotente baseia-se em falácias e em seu ar de superioridade. É como se comparássemos Lula (prepotente) e FHC (arrogante). Na arrogância existe coragem, na prepotência, insegurança.

Como eu disse, expus com as minhas palavras o que aprendi com Schopenhauer. Nas horas que procurei por um texto, achei vários outros, que, por menos que conceituem a arrogância, deixam bem claro, em exemplos, o que ela significa e representa. A arrogância é honesta, a prepotência é invejosa.

Sendo assim, se alguém me chama de arrogante, encaro como elogio. Eu não tenho problemas conceituais. Vivo com o dicionário aberto, só pra não correr o risco de pagar mico com alguma confusão conceitual. Amplio meu conhecimento e interpreto as coisas sem grandes erros. É notório que podemos conviver com alguém durante 100 anos e nunca conheceremos a pessoa totalmente. "Intenção" é fator subjetivo em qualquer meio de comunicação, de modo que se torna impossível determiná-la com certeza, mesmo conhecendo as pessoas. Sendo assim, se torna muito mais simples fazer uma mera interpretação gramatical de qualquer coisa ouvida, falada ou escrita, lembrando sempre que eu sou responsável pelo que eu falo e não pelo que as pessoas entendem. Procuro ser o mais clara e direta possível, muitas vezes fico buscando sinônimos simplórios pra determinadas palavras mais "complicadas" que estou habituada a usar no meu dia-a-dia, só pra evitar ruídos na minha mensagem.

Essa tentativa de enviar "mensagens sem ruídos" (que aprimorei quando estudei comunicação empresarial), nem sempre dá certo, porque os conceitos das palavras são, pra mim, os que estão nos dicionários, mas pras pessoas que me lêem ou ouvem são aqueles que elas acreditam serem os corretos. Um dia, quem sabe, as pessoas comecem a se entender melhor quando passarem a falar e escrever melhor.

Enfim, minha atitude "arrogante" se desfaz na minha vida pessoal. Os problemas trato com seriedade até serem solucionados. Muitas vezes perco o sono e o bom-humor por causa deles. Mas, no geral, sou aquela que as pessoas chamam de "doida", "paiaça", "desastrada", "engraçada" ou qualquer outro adjetivo desse tipo. "Quem vê, pensa" que eu não tenho problemas, mas não é bem assim. Se não forem problemas que pareçam insolúveis, com certeza a sensação que dá, convivendo comigo, é que eu não me importo com as situações. Não é bem assim, minha cabeça não para. Durante todo o tempo que estou acordada, minha cabeça funciona, pensa, raciocina, reflete... isso é cansativo, mais do que pintar meu apartamento em 2 dias. Só que não gosto de ficar de mau-humor e nem de ficar martelando em cima de problemas quando posso estar fazendo algo divertido ou prazeroso.

Ontem, tive uma longa conversa com um amigo, o C.O., ficamos 4,5 horas no telefone e ele disse que eu sou fechada, que não falo de mim, dos meus sentimentos, etc. Minha Mãe já reclamou da mesma coisa, diversas vezes, ao longo da minha vida. Ontem, uma pessoa que eu gosto muito me disse, pela segunda vez em uns 10 dias que eu "não confio" nele. Pra quem está por dentro da fase que estou vivendo, não é tão complicado entender o porquê de eu estar tão fechada. Sim, mais fechada que o normal, mais desconfiada do que nunca e sem nenhuma fé no ser humano.

Minha Mãe foi agraciada, umas duas semanas atrás, com uma pequena "abertura". Mudei de opinião sobre uma determinada "coisa" e sobre o que quero pro meu futuro, e expus isso a ela. Minha frase não durou mais que 2 segundos, mas resumiu pelo menos uns 19 anos da minha vida, em que eu passei dizendo "não vou" e agora é "é tudo o que eu quero, além de me formar em Letras e dar aulas de Português". Um fato mudou muita coisa em mim. Algumas, infelizmente, pra pior. E, duas das coisas que mudaram pra pior eu já citei: não tenho mais fé nem confiança nas pessoas.

Há duas pessoas a quem gostaria de me dirigir especificamente neste post, simplesmente porque, quando nos falamos, as coisas passam na minha cabeça e quando chegam "na ponta da língua" (ou dos dedos), elas voltam pelo mesmo caminho que vieram... (contentem-se com o que vou falar e saibam, desde já, que NEM essa minúscula abertura vai se repetir por um bom tempo =D )

Gostaria de confiar mais no C.O.. Me lembro dele falando comigo, me chamando pelo nome, em frente ao MASP, e eu perguntando (rindo) "quem é você?" e ele "você me conhece como 'fulano'" e só então fui me ligar que conversávamos bastante e eu não fazia ideia de quem ele era (kkkk o que não é difícil). Isso foi no dia 04.10.2013. Já paramos de nos falar porque ele ficou desconfiado de mim. Hoje, crio conta de e-mail pra ele e o fdp disse que não vai mudar a senha (muda logo essa porra que não quero saber de treta pro meu lado, FILHOTE kkkkkk). Uma coisa que aprecio é: ele não faz perguntas que não deve e, se faz e eu digo "melhor eu não responder", ele entende, não questiona, não pressiona. Ambos sabemos que existem coisas que devem ficar só pra nós, mas isso, creio que pra ele seja igual, se deve tão somente ao meio social onde nos conhecemos. Se tivesse sido de outra forma, a comunicação poderia ser mais livre. Nem por isso deixo de gostar dele, de apreciar a inteligência dele e de sentir falta quando ele se ausenta por conta do temperamento de cão que ele tem =D 

Quanto ao T... me conheceu na pior fase da minha vida. Não existe como comparar como eu estava antes e como eu estou agora (é, nós não "somos", nós "estamos"... sempre há algo que pode nos modificar, mesmo contra a nossa vontade). É muita coisa "guardada" e eu não vou falar aqui. Quero e preciso de tempo pra isso e, por mais que eu me dê melhor escrevendo que falando, tudo tem seu momento "certo". A impaciência pisciana me aflige e piscianos me confundem... e eu passei a vida cercada por eles.

Como eu disse, "intenções" são subjetivas... e enquanto não me é dado conhecê-las, percebê-las, notá-las, eu me fecho. Nessas fases "desconfiadas", a coisa ainda piora. Sou questionadora, curiosa e gosto de entender as coisas e as pessoas. Só paro de perguntar quando estou "satisfeita" com as informações que obtive, pra construir minha opinião.

Uma coisa que percebi: sou cabeça dura =D
Somente a própria pessoa pra me fazer mudar de opinião sobre ela. Certa vez todo mundo vinha falar mal de uma pessoa pra mim e a pessoa ficou preocupada de eu mudar minha atitude com ela por conta das fofocas e me procurou pra conversar. Lembro que eu disse "é, to sabendo de tudo, mas só você mesmo pra me fazer mudar de opinião a seu respeito". Até hoje "vejo" a cara da pessoa na minha cabeça e não consigo definir se foi de espanto, surpresa ou o que. Mas sou assim com todos (nesse ponto eu SOU, não estou... e, por ser assim, esta semana tive uma surpresa mega-desagradável (mais uma) em relação a alguém que um dia foi especial pra mim - e as próprias atitudes dela fizeram-na deixar de ser).

Agora chega. Vou ver mais um filme (tudo bem que não prestei muita atenção nos outros 3, mas acho que agora tá na hora de prestar rs).

Bjo na bunda e, se eu não passar por aqui amanhã, boa Páscoa.

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