segunda-feira, 27 de agosto de 2018

LIÇÕES DA VIDA



Pre scriptum: Sei tudo o que eu quero escrever e não consigo concatenar idéias e colocá-las no “papel” – é isso que os artistas chamam de “bloqueio criativo”? Se sim, caraca, sou uma artista e tanto, porque tenho tido váááááários bloqueios criativos nos últimos anos. Bloqueio criativo dá uma sensação horrível. Deus me livre de outros desses.

Tem dias que a vida deixa de ser travessa e, em vez de nos pregar peças, se torna uma verdadeira Professora. Semana retrasada tive um dia assim, neste final de semana tive outro dia desses. Foram dias positivos, com ensinamentos positivos, em conversas positivas. Ninguém triste, ninguém bravo – só comunicativos. Muito interessante foram as pessoas que a vida escolheu para me “passar a matéria” e a forma como essas pessoas falaram o que eu precisava ouvir (mesmo que não quisesse ou que não esperasse ouvir).

Da primeira vez (neste mês de agosto de 2018), um Amigo me explicou ‘o porquê’, de acordo com as Leis Divinas e do Universo, da minha dificuldade em ter e/ou manter uma atividade remunerada, mesmo com toda minha determinação e disciplina em fazer o que deve ser feito para ter trabalho (e, consequentemente, dinheiro).

Eu sou totalmente contra terceirizar culpas e responsabilidades, seja por quem for, pelo motivo que for; então: “Eu não tenho trabalho a ‘culpa’ é minha; eu não tenho dinheiro, a ‘culpa’ é minha. Eu deveria me esforçar mais, fazer mais tipos de curriculum além dos 4 ou 5 que já fiz, rever esses 4 ou 5 para achar defeitos e corrigi-los. Eu deveria melhorar as cartas de apresentação também e a abordagem pessoal, eu sempre tive tanta facilidade para ‘conquistar amigos’, como estou com tanta dificuldade para conquistar clientes? Não é possível. Com certeza estou fazendo alguma coisa errada. E se faltar comida? E se atrasar a escola? E se atrasar o condomínio? E se eu não conseguir terminar de arrumar meus dentes e fazer um óculos novo para poder enxergar o que digito no computador e no celular e o que leio o tempo todo, eletronicamente ou no papel? E se eu tiver um piripaque? E se me acontece alguma coisa, quem vai ajudar minha mãe e minha filha? E se...? E se...? E se...?” (Só de reler o parágrafo me dá falta de ar – as crises agudas de ansiedade me acompanham desde o final de 2013, mas estão bem mais espaçadas, ainda bem!)

Com esse monte de ‘e ses...?’ na cabeça, ainda me surgiu mais um para a coleção uns tempos atrás: “E se eu tenho alguma deficiência mental ou alguma doença psiquiátrica além do TAG?” -  sim, chega um momento que você começa achar que você é retardada ou sociopata e começa a buscar informações... e eu achei: vários sites com testes para “auto-diagnóstico” de autismo de alto funcionamento e síndrome de Asperger (eu juro que comecei procurando no CID-10!). Um deles, com uns gráficos muito doidos que eu não entendi (obviamente) e com ‘relatórios’ escritos que eu não consegui interpretar (obviamente, afinal, sou advogada e Mestre em Reiki, não Psicóloga, huh?), deu, no que eu consegui compreender, que a pontuação parece mais alta que o normal para Asperger.

Foi lá a pessoa ler sobre isso. Cara, não é que essa coisa aí explica praticamente tudo da minha infância, adolescência e até da minha vida adulta? Não bastava ser “Adulto Índigo”, como eu descobri em 2016 (e que já explicou muito de quase tudo da minha vida), o Asperger “fecharia com chave de ouro” se o teste estivesse certo. CLARO que é um teste de internet e que  pode “não querer dizer nada” e que eu sou leiga em psicologia, mas que minha “indigalidade” (confirmada) e o Sr. Asperger esclarecem mais do que confundem, esclarecem, viu?!?

Enfim, depois disso tudo, e do tal escritório que queria fazer entrevista comigo mas a moça da recepção não sabia para que cargo era (post neste link), encontrei um Amigo sábio, que sempre fala coisas acertadas, passadas, presentes e futuras. Desta vez, por incrível que pareça, alguém me isentou de culpa. Aquele monte de “e ses...?” não são infundados, tendo em vista a situação atual do País em que eu vivo, mas também não sou/fui eu quem deu causa a eles.

Ouvir: “Você não tem dinheiro, porque se você tivesse dinheiro, você ia continuar sem dinheiro, já que iam te sugar até a alma, porque você, tonta de coração mole, ia dar seu salário todo. Já te sugaram demais, você não acha?” – foi um choque. Ainda está sendo um choque, porque tem coisas que eu faço “porque faço”, sem pensar em quantas intenções as pessoas têm ou em qualquer outra coisa.

Enfim, ouvi isso, fiquei chocada e entendi o que me foi dito, MAS, dentro de mim, ainda ficou aquela sensação de ‘você não está se esforçando, se dedicando o suficiente, você pode fazer mais, você pode fazer melhor’... e, sabemos, esses pensamentos não-bons ou não-produtivos atraem mais e mais pensamentos não-bons e não-produtivos (e, por isso, resolvi atualizar a Fi-lo Porque Qui-lo com freqüência, os textos são bons e não me trazem pensamentos de baixa vibração).

Quando chegou o final de semana, com a minha filha de volta em casa, depois de um passeio com a escola (longo demais para o meu gosto), foi o momento de colocar a conversa em dia e, num determinado momento, não me lembro o porquê, fui conversar com ela sobre ‘culpa e medo’ (assunto para outro post, apesar de eu ter falado um pouco sobre culpa lá em cima). Foi a segunda vez neste mês de agosto de 2018 (ainda bem que falta pouco para acabar).

O fim da conversa foi assim: ‘Mãe, você se culpa por tudo, até pelo que você não tem culpa – e dessa vez a culpa não é sua, você já sabe, pára de se culpar por isso; não é culpa sua o que essas pessoas estão passando, não é culpa sua que você não pode ajudar diariamente, não é culpa sua que você não tem dinheiro para fazer as coisas como acha que elas devem ser feitas, pára de se culpar.’ -  e ela me disse isso com uma das caras mais fofas existentes na face da Terra (deu vontade de morder, mas ela cresceu demais e a conversa era séria demais para eu fazer isso 😇)

Eu não tinha mais o que falar, não é mesmo? Fiquei com a cara da minha Gata espantada com o Gordo (só quem já viu a foto entendeu, né? ahah), a conversa acabou e resultou neste post.

Quando prestamos atenção na Vida podemos tirar muito proveito de todo e cada dia que acordamos e vivemos. O que aprendi com a vida nessas duas conversas? Aprendi que 'não terceirizar culpas' não é sinônimo de 'assumir culpas que não são minhas'; aprendi que me culpar por coisas que tenho ou não culpa é uma auto-tortura cansativa e desnecessária, já que as coisas acontecem como e quando elas têm que acontecer; aprendi que sou abençoada por estar cercada de pessoas como minha mãe, minha filha e esse Amigo (que é parte de uma “turma” maior, toda de Amigos com a mesma alta qualidade); aprendi que sou uma tonta de demorar para perceber e para aprender certas coisas (principalmente as de cunho emocional).

Aprendi, por fim, que mesmo que eu tenha aprendido e apreendido essas coisas todas na teoria, isso não quer dizer que eu as tenha incorporado ‘em mim’ na prática. Mas, tudo bem. A mente é poderosa.

That´s all, folks!

Post scriptum: Deu-me bloqueio no meio do texto – estava escrevendo e, de repente, ‘poof!’, sumiu todo o parágrafo da minha cabeça. Tive que ‘improvisar’, mas é tão chato, porque nunca fica tão bom como a idéia original.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

RESPEITO



Nunca na vida imaginei que fosse recusar fazer uma entrevista de emprego em virtude da forma com que fui atendida ao telefone pela recepcionista do escritório contratante. Explico.

Quando somos crianças e nossos pais nos educam com o que chamam de "berço", somos ensinados a chamar os mais velhos de "senhor" e "senhora", exceção feita àqueles que expressamente nos dizem "pode me chamar de você" ou algo equivalente. Quando se lida com pessoas, aprende-se que expressões como "bom dia", "por favor", "obrigada" e um tratamento mais "formal" com os devidos pronomes de tratamento ("senhor", "senhora", "vossa senhoria", "vossa excelência", etc) ou títulos (doutora/a, mestre/a, professor/a, excelentíssimo/a senhor/a, ilustríssimo/a senhor/a, etc) devem ser usados para manter, senão as tais formalidades, ao menos o respeito à pessoa com quem se vai estabelecer comunicação (verbal ou escrita).

Entende-se que em empresas como Google, Twitter, Facebook e outras, cujo ambiente de trabalho e funções exercidas são mais informais, as pessoas se tratem por "você" e sem qualquer formalidade, mesmo quando há diferença de idade. MAS, quando se vai atender clientes, deve-se manter uma certa formalidade. Se for escritório de advocacia/arquitetura/engenharia, órgãos públicos (ex.: tribunais), clínicas médicas, hospitais, a formalidade deve ser maior ainda. Por questões de dar o devido respeito aos clientes, assim como exigir o devido respeito dos mesmos.

A educação/gentileza e o respeito devem começar do dono e ir descendo até a recepcionista/telefonista/copeira/faxineira. Não adianta o dono, os sócios, os médicos/advogados serem super educados e respeitosos se a recepcionista for alguém que trata qualquer pessoa que ligue para a organização por 'você', com uma intimidade que não lhe foi dada, com prepotência ou ironia, dentre outras coisas que diversas recepcionistas e telemarketings fazem, como se a pessoa que telefona fosse empregada delas. Eu, se sou cliente, não volto.

Tem gente que não passa de cargos como o de recepcionista porque são ingênuas e vivem passando a perna nelas. Mas, tem gente que não passa de cargos como o de recepcionista porque não tem um pingo de berço, não faz questão de ter um pingo de berço e acha que vai chegar a CEO, o que hipoteticamente lhe daria poder para, desculpem o termo, cagar na cabeça dos outros.

Empresas em que quem nos recepciona pessoalmente ou por telefone trata pessoas como "coleguinha", como se fosse íntimo/a dos clientes, superiores, colegas de trabalho são locais que eu NÃO gostaria de trabalhar. A praxis, em escritórios de advocacia, é tratar todas as pessoas que telefonam ou vão até a sede por "senhor/a", mesmo que a pessoa seja mais nova, ou não seja advogada.

Recebi um e-mail do escritório Carvalho Pradella que havia sido encaminhado 8 vezes, OI-TO-VE-ZES antes de chegar em mim, para agendar uma entrevista. Telefonei para saber para qual cargo eles estavam me chamando para fazer entrevista. O que me responde a recepcionista: "VOCÊ é quem vai me dizer para que cargo quer se candidatar." Ora, me mandam um e-mail para marcar entrevista e quem vai fazer o agendamento não sabe para que cargo me querem? Quase falei que queria o cargo de chefe dela para poder dispensá-la por justa causa (desídia) rs.

Só disse que eu era advogada, mas não iria participar do processo seletivo, porque se ela não sabe para o que me chamaram, eu é que não tinha como saber. Fiquei MUITO brava. Ela não tem como saber com quem está falando, eu sei. Porém, é exatamente por isso que ela deve manter uma certa formalidade. Minha filha tem 15 anos e sabe isso desde sempre. Chamava os bisavós de "senhor" e "senhora" até que eles disseram que não precisava. Uma marmanja inserida no mercado de trabalho também deveria saber.

Obviamente, enviei um e-mail (resposta) à advogada que me re-re-re-re-re-re-reencaminhou o email de agendamento agradecendo a oportunidade e me colocando à disposição do escritório para prestação de serviços em home-office, sem vínculo empregatício.

Sério: alguém consegue me imaginar sendo gentil, diariamente, com a "moça" que me atendeu ao telefone? Perguntei a mim mesma qual será o nível educacional/cultural dos demais funcionários do escritório... e acredito que lá não é um lugar bom para eu trabalhar.

Minha alma está cansada de "brutalidade". A moça do telefone é bruta. A advogada que me re-re-re-re-re-re-reencaminhou o email, presumo, deve ser bruta também. Essas duas pessoas COM CERTEZA, exigem tratamento cortês, individualizado e atencioso... mas, com que direito? O mundo está bruto demais e eu não consigo me inserir nele.

Pessoas não são coisas. Bons profissionais (educados, cultos, éticos, gentis) não deveriam NUNCA se sujeitar a processos seletivos como o que esse escritório está propondo. Tenho 18 anos, DE-ZOI-TO anos de OAB, 17 anos, DE-ZES-SE-TE anos em Execuções Trabalhistas. Se eu não me valorizar e for concorrer com recém-formados que falam e escrevem, como diria meu falecido Pai, "nóis vai, nóis vorta", não é um escritório desses que vai.

Advogar, para mim, é uma tortura moral e emocional. Com as Execuções, não preciso lidar com gente, com inconstâncias, com interrupções, com falta de pagamento, etc. Com as Execuções, eu lido com papel, computador, calendário e burocracia. É uma relação impessoal, que desafia minha mente, não a minha alma (porque não me tira do meu centro - e, sendo bem sincera, eu AMO achar erros dos meus colegas advogados nos processos... já salvei muitas ações em fase de Execução fazendo isso; eles me odeiam por isso, mas é o meu trabalho, o que eu faço de melhor no Direito).

Espero que valores como "berço" (educação familiar), "discrição", "elegância", "respeito", "trato social" voltem a estar "em alta" logo, porque o mundo, no estado em que se encontra, está insuportável.

Tomara que o fim de "Mercúrio retrógrado" faça algum bem à humanidade... seja lá o que isso representa. Até. ✌

PS: Se for para lidar com gente, é através do Reiki, função em que posso dar conforto, relaxamento, equilíbrio e outras coisas boas, em vez de criar problemas para as pessoas.

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