sábado, 7 de maio de 2016

O IMPERFEITO NÃO PARTICIPA DO PASSADO


As pessoas são o que e como são. Porém, todos temos o direito de ter nossos gostos, preferências, valores, princípios, prioridades, orientações, idéias, ideologias, etc. 

Sendo assim, que tal deixar as crianças serem como são e deixar que as aulas de biologia (aparelho reprodutor, fecundação, fecundação, anatomia, etc, etc, etc) surtam o efeito que tiverem que surtir nelas?

Gêneros são dois: masculino para seres com orgão reprodutor e hormônios masculinos e, feminino para seres com órgão reprodutor e hormonios femininos. Biologia é regra natural imutável.

Sim, toda regra tem sua exceção. Nesse caso, só com o tempo para a pessoa demonstrar aquilo que é. Os pais mutilarem crianças por "vergonha", "medo", inexperiência ou porque "o pai queria um(a) menino(a)" é "uó", além de ser uma crueldade sem tamanho. Pais e mães existem para educar, que engloba, dentre outras coisas, ser paciente, ensinar e aprender.

Retirar ou colocar partes no corpo, inverter farmacologicamente os hormônios, gostar de homem sendo homem ou de mulher sendo mulher ou gostar do gênero oposto, ou ser homem parecendo mulher e gostar de mulher (ou ao contrário), não faz diferença: o que a pessoa pensa e sente vai continuar igual; só vai mudar o corpo, não a alma. E quem a gente é de verdade, aquele "eu" que só a gente conhece (e, às vezes, nem a gente mesmo), nossa "identidade", é coisa da alma.

Alterar o exterior almejando mudar o interior é como tirar ferias ou mudar de cidade para "fugir dos problemas" e, no segundo dia, perceber que eles ainda estão "lá", com a pessoa, seguindo-a, como a própria sombra.

A "crise" é de IDENTIDADE e isso é parte do que se chama INTIMIDADE E PRIVACIDADE, ou seja, ninguém tem, precisa, nem é obrigado a ser exposto à privacidade alheia e, muito menos, resolver problemas alheios.

Crianças não são psicólogos, nem psiquiatras. São imaturas. Não dão a mínima se adulto tem ou gostaria de ter pênis ou vagina. Criança vai gostar de quem lhe trate bem, com respeito, de quem lhe dê carinho e atenção. Não vai querer saber se é Xuxa, Tammy/Tommy, Olavo de Carvalho ou Rogéria.

As pessoas andam neuróticas, histéricas, infelizes... mas precisam parar de querer ou de tentar impor "ideologias", modos de vida, etc e, principalmente, parar de querer impor VONTADES a quem quer que seja, principalmente às crianças, que não têm estrutura emocional ou entendimento, nem discernimento o suficiente para identificar o que é joio e o que é trigo, ou seja, o que não gostam e não querem e/ou do que gostam e querem, de acordo com suas almas. Crianças - ou adultos - não são obrigados a ter as mesmas vontades de outras pessoas, ou os mesmos gostos, ou os mesmos pensamentos, opiniões, pontos de vista ou modos de vida.

As pessoas também precisam entender que o Estado e a sociedade não são os "grandes vilões", nem os "salvadores da pátria" na vida de ninguém. A sociedade é formada por pessoas, e cada pessoa é um indivíduo e cada indivíduo tem suas características e personalidade, que o individualizam e o diferenciam de todos os outros. A dita "sociedade" ou "o povo" são substantivos abstratos (que não se pode pegar ou determinar) e COLETIVOS, ou seja, "a sociedade" e "o povo" são um aglomerado de INDIVÍDUOS, que o Estado faz questão de não ver.

A sociedade, o povo e o Estado olham para o "quadro geral", não para milhões de mini-quadros específicos (indivíduos). Se você é rico, pobre, tem uma ou outra cor de pele, essa ou aquela ideologia, orientação, prioridade, etc, ou se tem algum problema, não faz diferença. Se faz parte da maioria ou de alguma minoria, também não faz diferença. A sociedade, o povo e o Estado não vão pensar ou lembrar especificamente de você na hora de tomar decisões. O que vai acontecer, na verdade, é cada um dos indivíduos, que compõem a sociedade, o povo e o Estado, vai pensar em si mesmo ou, na melhor das hipóteses, "no bem do País" (e, assim, volta a pensar no "coletivo").


O que intriga, de fato, é: se alguém quer "direitos", há de saber que também tem deveres; se alguém quer ter seus direitos individuais (liberdades, privilégios, igualdades) garantidos, respeitados, como pode encarar tais direitos como "coletivos" e se inserir numa "coletividade" (grupos, minorias, ongs, 'coletivos', etc)?

Direitos coletivos (para alguns, que se identificarão no momento do exercício do direito) e difusos (para toda a sociedade, indistintamente) estão amplamente previstos em lei. Vou repetir algo que já falei inúmeras vezes em meu perfil do Facebook: se você precisa de um movimento social ou similar para "conquistar um direito" ou "ter seu direito respeitado", os advogados que você conhece (e todo mundo conhece pelo menos um) são de péssima qualidade. Advogado bom faz uso da legislação vigente para ganhar uma causa, não há necessidade alguma, no aspecto jurídico, de se criar novas leis. Quanto pior o Estado, mais leis ele tem; quanto pior o advogado, mais leis novas ele precisa para trabalhar, por não saber pesquisar, estudar, interpretar e usar o ordenamento jurídico pré-existente.

Diante disso, do fato de quererem ser respeitados como são, pelo que são, de não quererem o Estado ou uma pessoa qualquer mandando, impondo coisas, exercendo sobre as pessoas uma autoridade que certas parcelas da população (fingem que) não reconhecem, como podem essas mesmas pessoas fazerem tudo isso individual ou coletivamente com indivíduos, com a sociedade, com o povo? Cade a responsabilidade coletiva, aquela que faz com que cada um viva sua vida sem prejudicar outras pessoas? Cade a responsabilidade individual, a coragem e a valentia de assumir as consequências dos próprios atos? A sociedade, o povo e o Estado NÃO TÊM o dever, nem a obrigação de serem responsáveis por vocês. E vocês não têm o direito de querer que assumamos tais deveres, obrigações e responsabilidades porque "vocês querem". Se essas parcelas da sociedade acham que conhecem os próprios direitos, está na hora de passarem a conhecer seus deveres também.

Respeito é para quem se dá a ele. Dê-se a ele e será recíproco.

Responsabilidade se aplica a todos, não só para quem não é "você".

"Opressão" e "repressão" são conceitos relativos, não absolutos.

Direitos são contrapartidas de deveres. Cumpram os segundos e os primeiros "surgirão em um passe de mágica", automaticamente. 

Dêem mais valor ao caráter, ao aprimoramento intelectual, ao "chiquê" (e isto independe de condição sócio-econômica) e releguem um pouco, ao segundo plano, os pêlos e os hormônios.

Dêem mais atenção à alma, ao "eu", conheçam-se, re-conheçam-se. Dêem-se tempo, sem pressa, sem pressão, sem interferência de terceiros, sem intervenção estatal. Um pouco de distanciamento do mundo e de isolamento "social", para dar atenção a si mesmo (porque "você", indivíduo que é, deve ser sua própria prioridade, seu próprio verdadeiro amor, sua própria 'alma-gêmea), faz bem a qualquer pessoa.

E, principalmente, lembrem-se que cada pessoa ou indivíduo também tem esse(s) direito(s) e você também deve respeitá-lo(s).

"Faça aos outros apenas aquilo que gostaria que os outros lhe fizessem." - Sugestão para a vida.

Bêjô.
PS: inspiração para o textão acima, pós-leitura deste link .

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