domingo, 11 de agosto de 2019

QUEM FALA A VERDADE NÃO MERECE CASTIGO

#PraCegoVer Imagem retangular, em escala de cinza, com a frase bíblica "Conhecereis
a verdade e a verdade vos libertará", do Livro de João, Capítulo três, versículo trinta e dois.

Esta semana, uma pessoa sugeriu que digitando o nome completo da minha filha nas buscas do Google, o nome dela direcionava para o meu blog (este blog). Decerto, a pessoa acreditou, em algum momento do seu raciocínio, que isso poderia ser verdadeiro. Contudo, bastou lançar o nome no Google e percorrer por todas as 13 (sim, treze) páginas existentes nessa busca para NÃO encontrar NEM o nome da minha filha, NEM referido "caminho" para o meu blog. E, "por que será" que isso aconteceu? Ou melhor, "por que será" que não foi encontrada NENHUMA entrada com o nome da minha filha e, MUITO MENOS, alguma conexão com este blog?

Primeiro, porque eu nunca escrevi o nome da minha filha no blog, nem em nenhum outro site, de forma pública na internet, então, esse link não teria como existir. Segundo, porque minha filha é menor de idade e, legalmente, nenhum dado dela pode aparecer publicamente na web, mesmo em sites governamentais. Terceiro, porque a pessoa mentiu. Mais uma vez.

"Ah, mas você foi procurar..."

ÓBVIO! Se o nome da minha filha, menor de idade, aparece na internet por qualquer razão, o site é passível de processo (para retirada definitiva dos dados da rede e por danos morais a menor, em virtude do descumprimento da legislação vigente). Além disso, para quem sabe como funciona privacidade na internet, essa coisa de "caiu na rede, já era" é real e, você pode requerer a retirada de informações e/ou das mesmas informações da internet quantas vezes quiser, uma vez que a informação esteve lá, SEMPRE, SEM-PRE vai haver algum "resquício", como por exemplo, uma página do Escavador dizendo que "esta página foi removida". Ou seja, se existia algo, os dados (a informação em si) podem ter sumido, mas a informação de que os dados estiveram ali vai permanecer.

A quem a pessoa quer enganar? A quem serve mentir, estragar a própria imagem e moral, com algo tão banal que pôde/pode ser facilmente verificado e desmentido? Eu não sou "perita em tecnologia", passo BEM longe de ser algo parecido com isso, mas sei usar as ferramentas mais básicas, de uma forma "não tão básica".

Uso internet desde os anos 90, na época da internet discada... e conseguia fazer algumas coisas que, à época, eram consideradas "do arco da velha" (hoje, não consigo nem lembrar das minhas próprias senhas 😂). A única coisa que sei fazer, hoje em dia, é mascarar IP, mas, mesmo assim, através de programa e esse tipo de programa atrai um monte de "coisas que não prestam" para o pc. Além disso, é muito risco (moral) para zero benefício (tecnológico). 

#PraCegoVer Imagem com fundo preto e, centralizadas, manchas de desgaste
em escala de cinza e a frase "A verdade é libertadora" escrita em salmão.

Sim, ela é. Jesus e João estavam certos e quem vive dessa forma só faz bem a si mesmo e a quem lhe rodeia. Aqui em casa, desde que eu era pequena, somos adeptos do "melhor uma verdade feia que uma mentira bonita" e do "quem fala a verdade não merece castigo." Baseada nessas duas premissas, eu incorporei mais duas à minha vida e à criação da minha filha.

Na primeira, eu considero que "se eu não gosto da verdade que os outros vêem a meu respeito, compete a mim mudá-la". Ofender-me com a verdade é, pessoalmente, muita falta de auto-percepção, muita falta de humildade, de vontade de ser uma pessoa melhor. Ofender-me com a verdade também representa, psicologicamente, um ego grande demais, frágil demais e muita prepotência. Além disso, os fatos, a Natureza e a verdade não se importam com nossos sentimentos, que dirá com nossos egos. É desgaste inútil ofender-se com fatos e verdades. Prefiro queimar pestana com auto-aprimoramento do que com desgastes emocionais inúteis.

Na segunda, em um aspecto mais "social", considero que "primeiro a verdade, depois o Estado Democrático de Direito". Por quê? Porque uma sociedade que não é pautada na verdade, dita ou praticada, ou não é democrática, ou não é de direito. Basta observarmos a terra brasilis desde, pelo menos, 1930.

São a busca pela verdade e a vivência da verdade que nos tornam íntegros e dignos, independentemente de nossa classe social, de nosso nível acadêmico, cultural, profissional, do quanto temos no banco, etc. Sem a verdade, não somos nada, porque nunca teremos terreno firme e estável para caminhar durante nossa jornada de vida. Se a verdade é feia ou desagradável, mudemo-la. Se ela parece nos "causar problemas", enfrentemo-la e eliminemos o problema de vez, "cortemos o mal pela raiz". Há de se ter coragem parar ser verdadeiro. Lidar com a verdade através da mentira não passa de "tapar o Sol com a peneira": a peneira não vai apagar o Sol, nem diminuir seu brilho, seu calor e sua luz. "O Sol" é uma verdade e por isso é algo em que as pessoas baseiam seus dias. As pessoas confiam no Sol porque sabem que ele existe, que vai estar lá e que, por mais frio e cinzento que um dia esteja, o Sol não deixa de cumprir seu papel. (Isso foi só uma analogia... uma comparação bem pobre, por sinal - já fiz analogias melhores ao longo da vida haha).

Em relação à minha "libertação pessoal pela verdade": é muito bom ter a consciência tranquila, de dizer a verdade, de verificar a lei antes de tomar atitudes que possam influenciar a vida da minha família ou a nossa integridade física, moral, emocional ou intelectual. Leis existem por razões que nossa mente dificilmente avalia ou busca. E eu não falo do excesso de leis inúteis que o Congresso Brasileiro têm criado desde o início do século. Falo de leis "antigas", que se pautavam na importância da figura humana, nas relações sociais "profundas", em princípios e valores (bem mais) próximos da ética aplicada, das morais básicas de diferenciação entre bem e mal, certo e errado, sem relativizações de condições humanas imutáveis.

#PraCegoVer Imagem com fundo marmorizado em tons de cinza, azul
e coral, com os seguintes dizeres escritos na cor grafite "Ninguém se
escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. Artigo terceiro da
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - Estatuto de
Direito Internacional Privado, ratificado em 1942 e em 2010."
#PraCegoVer Imagem com fundo marmorizado em tons de cinza, azul e coral,
com os seguintes dizeres escritos na cor grafite "Nemo auditur propriam
turpitudinem allegans", em latim e, em português "Ninguém pode ser ouvido
alegando a própria torpeza. Ninguém pode se beneficiar da própria torpeza."
As frases contidas nessas duas imagens são regras basilares de todo o ordenamento jurídico Brasileiro, que aprendemos no primeiro ou segundo ano de Direito (fiz faculdade nos anos 1990, então, ainda era anual - e o conteúdo mais aprofundado que atualmente), são duas das que pautam minha vida desde quando as conheci, assim como a educação da minha filha. Em resumo e no "populacho", a gente não pode querer ser "fdp" e depois alegar que não conhece a lei ou que fez isso para se defender de alguma coisa. Ato ilícito (contra a lei) será sempre ato ilícito, até que uma lei diga que não é mais. E não existe beleza nisso, mas existe beleza na verdade, quando a aceitamos, convivemos com ela e a praticamos no nosso dia-a-dia.

A verdade, em si, não é relativa. Nós dizermos que "temos as nossas próprias verdades" não significa que as NOSSAS verdades sejam A verdade. O artigo usado antes da palavra "verdade", quando se trata de verdades pessoais, relativas, portanto, pode mudar de "uma" para "a" caso essa verdade se torne algo geral, algo percebido "externamente", por muitas pessoas (não me arrisco a dizer "todas" as pessoas, porque a probabilidade do Putin conhecer minha rotina, por exemplo, é nula).

Para que a nossa verdade se torne a verdade, nosso discurso deve ser coerente com nossas ações. Se eu prego a verdade e ajo na mentira, serei incoerente. E incoerência pode ser classificada na seara da ignorância (incoerência involuntária) ou da falta de caráter (incoerência negligente ou intencional). Eu ainda sou daquelas pamonhas que prefere acreditar que a maioria das pessoas é incoerente por ignorância, afinal, sempre somos julgados com o mesmo rigor com o qual julgamos os demais. E, sendo eu muito exigente comigo e com os outros, acreditando na ignorância alheia, dou às pessoas o que espero que elas me dêem (raramente recebo retorno proporcional ao que dou - no geral, sou considerada muito mais "má" que "burra", mas como "a beleza está nos olhos de quem vê", o defeito  no filtro moral/emocional não está em mim, o que é um alento, independentemente do julgamento alheio).

Depois de todo esse "overthinking" e de toda essa "filosofia botequinesca" (ou nem tanto), queria só dizer que dizer a verdade, mesmo cometendo erros (ainda sou humana e, mesmo que não fosse, como Superman ou WonderWoman), também "erro quando acerto", também erro querendo acertar. E, também sendo humana, procuro enxergar meus erros, repará-los e estar mais atenta para não repeti-los.

Há quem diga que eu "reajo errado" a certas coisas, porém, notem: se uma pessoa age sempre do mesmo jeito, ela não pode obter resultado diferente do já obtido anteriormente. Sou uma pessoa MUITO ligada em padrões e, a partir do momento que percebo que um tipo de reação minha resolve um ou mais problemas semelhantes e não prejudica ninguém ou prejudica apenas a mim ou menos pessoas do que se eu reagisse de outra forma, POR QUE CARGAS D'ÁGUA eu passaria a reagir de outra forma?

Em time que está ganhando não se mexe. Além disso, existem vários processos biológicos involuntários que buscam economizar energia. Por que eu gastaria mais energia que o necessário para reagir de outra forma ou resolver algo de modo que dispendesse mais energia e me desgastando mais em diversos aspectos? Eu encaro a mim, minha mãe, minha filha, colegas, amigos, a vida, etc em um aspecto holístico, integral... e não gosto de perder tempo com aspectos parciais, principalmente se eles são consequentes e não antecedentes, ou seja, secundários.

Por fim, alguns esclarecimentos:

1. Não vou pedir desculpas por ser eu e por levar certas coisas a sério.

2. Não vou parar de escrever no blog, nem deletá-lo, nem torná-lo privado.

3. Não vou filtrar assuntos (já faço muito em filtrar palavras, porque tem gente que não merece nenhum tipo de filtro).

4. Não vou deletar texto algum. Não divulgo dados pessoais, não invado privacidades, não faço ameaças, não descumpro leis, não falo sobre coisas que não me dizem respeito, seja como indivíduo ou parte da humanidade.

5. Liberdades de pensamento de expressão estão na Constituição e cada um as exerce de um jeito. Eu exerço minha liberdade de expressão por escrito. A de pensamento, continua no pensamento, que é muito maior do que qualquer palavra.

6. Se alguém algum dos meus textos funcionou como carapuça para alguém, as verdades dessas pessoas devem estar feias aos próprios olhos delas e não há nada que EU possa fazer. Minhas verdades feias eu mudo, porque olho o meu rabo primeiro. A mudança das verdades feias das outras pessoas compete unicamente a elas.

7. A vida alheia não me interessa. O comportamento alheio serve de filtro social.

Ah! Hoje é dia 11 de agosto, então:
Feliz Dia do Estudante pra quem é Estudante.
Feliz Dia do Advogado para quem é Advogado.
E, bom domingo. Beijones!

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