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| Antonio Gramsci -22.01.1891 +27.04.1937 |
Estudou Linguística ("Lettere"), filiou-se ao Partido Socialista Italiano, tornou-se jornalista, fundou jornais e era influente para a esquerda Italiana, faleceu de causas naturais (depois de anos preso e depois de anos de ter "desafiado" os bolcheviques - até que ponto sua "doença" pode mesmo ser considerada causa natural, eu não sei). Era simpático das ideias de Trotsky. Sua obra (cartas, cadernos e artigos) foi publicada, em ordem cronológica, apenas em 1975, quase 60 anos após sua morte (ainda bem, já pensou se tivesse sido antes? rs)
A obra que mais influenciou as pessoas foi "Cadernos do Cárcere", coisas que ele escreveu entre 1929 e 1935, enquanto esteve na prisão. São ideias (educacionais) associadas a Gramsci:
- hegemonia cultural
- ampliação da concepção marxista de Estado
- necessidade de educar os trabalhadores e formar "intelectuais orgânicos" (provenientes da classe trabalhadora)
- distinção entre sociedade política e sociedade civil
- historicismo absoluto
- crítica do determinismo econômico
- crítica do materialismo filosófico
- análise do americanismo e do fordismo
Glossário de Gramsci (peguei emprestado do Felipe Moura Brasil kkkkk)
- Hegemonia cultural: supremacia da cultura "popular" (proletária) sobre as demais, para acabar com o capitalismo. Dá-se primeiramente pelo domínio das demais classes e, após, pelo direcionamento intelectual.
- Concepção marxista de Estado: Estado intervencionista, baseado na luta de classes.
- Intelectual orgânico: saído de determinada classe social, no caso de Gramsci, "intelectuais proletários".
- Sociedade política: instituições políticas e o controle legal e constitucional que exercem ("força").
- Sociedade civil: organismo não-estatal ou privado, p.ex., economia ("consentimento").
- Historicismo: é a afirmação da singularidade dos fatos, alheia a qualquer filosofia da história, ou seja, que não há meras relações de causalidade e, sim, relações e reações recíprocas. Opõe-se ao determinismo.
- Determinismo econômico ou Economicismo: reduz todos os fatos sociais a dimensões econômicas.
- Materialismo filosófico: sustenta que a única coisa da qual se pode afirmar a existência é a matéria; que, fundamentalmente, todas as coisas são compostas de matéria e todos os fenômenos são o resultado de interações materiais; que a matéria é a única substância.
- Americanismo: endosso (em vez da mera tolerância) daquilo que a Igreja Católica daquela época (início do século XX) definia como princípios anticatólicos, os quais eram abraçados pelos Estados Unidos: liberalismo, individualismo, racionalismo, liberdade religiosa, liberdade de pensamento, secularismo, laicismo, separação da Igreja e do Estado, etc.
- Fordismo: sistemas de produção em massa (linha de produção) e gestão idealizados em 1913 pelo empresário americano Henry Ford (1863-1947); forma de racionalização da produção capitalista baseada em inovações técnicas e organizacionais que se articulam tendo em vista, de um lado a produção em massa e, do outro, o consumo em massa.
Não aguento mais ler coisas sobre esse cara. Parti da Wikipedia e fucei muitas outras páginas procurando conceitos com base nos pensamentos dele, pra poder fazer o glossário e, devo dizer, embrulhou meu estômago. Queria conseguir trazer mais informações, mas acho que com essas, pode-se perceber, em linhas gerais, quais eram as ideias dele.
Infelizmente, Lula foi descoberto, criado, formado e "aplicado" por Gramscistas e isso é um fato. E, o pior, é que ele foi responsável em descobrir, criar, formar e aplicar outros, nos mesmos moldes, e ainda puxando um pouquinho de GV, populista puro, com vieses fascistas.
O problema todo do Gramscismo atualmente, no Brasil, é a "superestrutura".
A "superestrutura" de Gramsci é ideologia, constituída pelas instituições, sistemas de ideias, doutrinas e crenças de uma sociedade. Note-se que a intenção dele era minar o Americanismo e o Fordismo e fazer florescer e se tornar hegemônica a classe proletária. Pegaram o cara, aplicaram nos "jovens de 64" mais desavisados, inventaram o Lula da Silva e o povo, dominado pela hegemonia cultural marxista, transformou o Brasil nisso aqui que a gente vive hoje.
O que me intriga é: se as pessoas estão infelizes com o atual sistema/modelo, que está muito mais para um capitalismo de Estado (transitório ao socialismo) do que para um liberalismo ou neo-liberalismo, como ainda podem defender essas ideias de Marx, Lenin, Gramsci, Stalin, Guevara, Fidel, Chavez, Bolívar, etc? Os Parsons não estão muito distanciados dessas ideias, nem Bakunin, nem Goldman, nem Kropotkin. Me intriga como pessoas que se autoproclamam anarquistas (e claramente não o são) podem reclamar das coisas, já que eles também alegam serem "representantes" dos interesses do povo todo nas ruas, dizendo "vamos lutar por vocês até que vocês acordem", se "nós", aqueles que eles dizem que devem acordar, conseguimos ver Marx, Gramsci, Lenin, Kropotkin e os Parsons de forma tão clara no Brasil e eles, não.
Como eles não conseguem ver? Será que eles pegam só as partes "boas"? Nada na vida é só bom ou só ruim; ninguém é só bom ou só mau. O lance todo é que ideias são ideias, são lindas na teoria, mas na prática, são isso aí que estamos vivendo. É só botar o Tico e o Teco para funcionar e se perguntar: "se eu não gosto disso, porque eu apoio isso e induzo pessoas a apoiarem também?"
Autocrítica e água benta são de consumo livre :)
Bom domingo proceis e beijo na bunda.
