domingo, 29 de novembro de 2015

VOCÊ TEM SEDE DE QUÊ?



“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, se não tivesse amor, nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.” - 1 Coríntios 13:1-3 – São Paulo

“E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.

Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.

Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.”  João 3:1-5

“Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, Eu estarei entre vós” - Mateus 18:20

OBS¹: Sentir o amor é diferente de demonstrá-lo. Aprendi que a caridade se faz em silêncio.
OBS²: Não restrinjo essa passagem de João ao Batismo.
OBS³: Dos 10 Mandamentos, os 4 que cumpro fielmente são: "Honra a teu pai e a tua mãe; Não matarás; Não adulterarás; Não furtarás; Não dirás falso testemunho contra o teu próximo; Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo." (Êxodo 20:12-17)

Se acreditar e praticar (ou tentar praticar) essas 3 passagens da Bíblia me faz cristã? Não sei. O que eu sei é que está cheio de pessoas consideradas “verdadeiras cristãs” e fazem tudo ao contrário do que a Bíblia diz. Vou dar um exemplo básico: o dízimo não era judeu, nem cristão. O dízimo era romano: era um imposto cobrado dos judeus para que estes pudessem tocar suas vidas sem serem incomodados pelo Estado (Império Romano). Ou seja, o dízimo servia para “comprar a paz”: Roma a vendia, os judeus a compravam. Nunca li nada que dissesse que as Igrejas deveriam cobrar o dízimo como fazem. Cristo dizia que, para segui-lo, a pessoa deveria deixar para trás todos os seus bens materiais (terra, casa, fortuna, etc). Então, por que as igrejas que dizem ser cristãs cobram dízimo? São estatistas, mas não pagam impostos. Atitude super-cristã (só que não), afinal, “a César o que é de César” (e, sob este ponto de vista, a tributação de igrejas é corretíssima, mas os “líderes” não vão gostar disso).

De tudo o que eu já li da Bíblia, essas 3 passagens são as que acredito, sem qualquer tipo de contestação ou dúvida que possa surgir na minha cabeça. Elas foram faladas e escritas de forma simples, são de fácil entendimento. As Parábolas (como, por exemplo, o óbulo da viúva, a parábola dos talentos, os trabalhadores da última hora, etc) requerem reflexão e, mesmo que sejam claras para uns, outros fazem interpretações que, ao invés de elevar o espírito de quem ouve ou lê, apenas servem como críticas a quem não as interpreta da mesma forma e todo o ensinamento acaba contaminado. É muito complicado “acreditar” na Bíblia, principalmente porque as pessoas (reles mortais, como eu e vocês) dificilmente consideram seu contexto histórico, dificilmente conhecem os conceitos (aqueles do dicionário), a lógica simples e os métodos de interpretação (a “teleológica” por mais atrativa e mais usada que seja, já que é subjetiva, é a mais perigosa, porque é esse tipo de interpretação que gera doutrinação, divergências e conflitos). A interpretação gramatical, aos meus olhos, é a mais segura (e é a que peço para vocês usarem quando lerem as coisas que escrevo) e a que gera menos confusão, desde que as pessoas conheçam conceitos e construção de frases e períodos (gramática básica, ensinada no nível Fundamental). Outro fato que leva a Bíblia a dúvidas é o fato de que ela é incompleta. Ela não contém todos os textos escritos depois da passagem de Cristo pela Terra. Por quê? Os papas (humanos, assim como eu e vocês) retiraram os demais textos que completariam todas as histórias e ensinamentos... e as grandes verdades do Cristianismo foram escondidas do mundo, por seres humanos, não por nenhuma divindade. Também não sei se acredito na Gênesis (quem criou aquele que tudo criou?), como também não sei se acredito no Big Bang (se não tinha nada, como poderia o nada explodir?). Para mim, ambos são fantasiosos demais e, cabalmente, não provam nada (não que, para mim, “a origem” faça diferença neste ponto da História e da minha vida).

Mas, enfim, por que eu acredito no que acredito? (A pergunta que deveria vir depois veio antes porque a resposta é mais curta kkkkkk)

Simplesmente porque são coisas que eu posso/pude ver, ouvir, vivenciar, tudo empiricamente (a teoria é linda, mas a prática ensina muito mais).

Agora, a pergunta: em que eu acredito?

Acredito que somos feitos de diversos tipos de matérias e somos a união de 4 partes: corpo, alma, Espírito, períspirito. Acredito em Deus, em Brahma, em Urano (não o elemento urânio do mingau dos ancaps, mas o Céu dos Gregos e Romanos), Zambi, Olodumaré. Acredito em Chronos e que somente ele é o senhor do tempoAcredito na sabedoria da Coruja. Acredito nos Orixás do Candomblé, no poder da Natureza e seus fenômenos. Acredito na ancestralidade. Acredito em Ísis (que me deu minha filha), Osíris e Rá. Acredito em Krishna (“amor-romântico”, não; amor universal, como o que Paulo cita na Bíblia), em Ganhesha, em Lakshmi e em Shiva. Aliás, acredito que estamos vivendo os tempos de Shiva, que é descrito no Apocalipse/Revelações de João.  Acredito nos Santos e em Anjo da Guarda. Acredito em Atena, Hermes, Afrodite, Poseidon/Netuno, Hades e Ares. Acredito que Zeus era um doido tirânico e mimado, que Hades odiava o trabalho dele e que Poseidon era o mais sossegado deles. Acredito que a morte por afogamento é a pior de todas. Acredito em vida após a vida, acredito na continuidade do Espírito e acredito que a Alma carrega tudo aquilo que a gente viveu e aprendeu e que, quando o corpo se machuca, nossa Aura (Perispírito) se machuca também e que essas feridas são mais difíceis de curar que as do corpo. Acredito na comunicação com os Espíritos e que eles sabem muito mais do que nós. Acredito que Buddha (Sidarta) evaporou quando atingiu o Nirvana e acredito que todos os seres sencientes têm uma alma. Acredito que evoluímos, então, não poderemos, nunca, reencarnar como uma lagartixa, a não ser como punição. Acredito nas 7 linhas da Umbanda “de batuque” e também nos hindus, frades e ciganos da Umbanda “branca”. Acredito que esses seres são meus melhores amigos. Acredito que ETs existem, mas não acredito que sejam divinos. Acredito que Cristo existiu e que, assim como os Titãs, ele é filho de um ser superior (dêem a esse ser superior o nome que quiserem, de acordo com suas crenças), mas não acredito no que os romanos o transformaram, como também não acredito na Ascenção e nem na Ressureição, porque são cientificamente inviáveis. Acredito que ciência e religião podem andar paralelamente ou se misturar, que uma complementa a outra e que muito agnóstico e muito ressurreicionista vai se decepcionar com o que a ciência tem a dizer daqui a um tempo. Acredito que psiquiatras vão enlouquecer quando a física quântica abrir para o mundo o real estudo dos “fenômenos paranormais”. Acredito que ervas, pedras e outros minérios e metais têm poder de cura. Acredito no Reiki e em passes magnéticos. Acredito em Moisés e no Êxodo (eu já disse isso? rs). Acredito que Cristo tenha existido e pregado o amor, mesmo que tenha pecado pela ira uma ou duas vezes. Acredito que a interpretação do “Espírito Santo” é muito superficial e restrita. Acredito que a Mãe Natureza (Gaia) e Deus Pai (Urano) foram divorciados injusta e deliberadamente pelos seres humanos, da mesma forma que Jesus e Maria de Magdala.

Acredito, basicamente, em “tudo” o que vocês acreditam e também naquilo que deixam de acreditar. Acredito nessas coisas, em tudo isso e talvez mais, até que a ciência prove o contrário. Muito importante é deixar claro que, para mim, o uso de entorpecentes para “fazer contato com o divino” é apenas uma desculpa esfarrapada de drogados pra tomar chá de cogumelo ou fumar maconha. O divino não precisa disso. Se o humano precisa é porque é fraco.

Acredito no politeísmo, no panteísmo e no animismo, afinal, nasci livre, até mesmo para adotar classificações alheias para me explicar. E, não, não uso (nem tento usar) minhas crenças no divino para explicar a porcaria da vida nesta terra e nem as porcarias que existem no mundo. Minhas crenças no divino servem para que eu evolua enquanto ser-humano e possa criar minha filha com uma mente aberta, com caráter e com personalidade própria. Sigo assim, sigo feliz e não me importa se quiserem me incluir em uma “classe” ou em outra, nem mesmo se quiserem me chamar por nomes ofensivos (religiosamente falando). A “classificação” é o que divide e isso é problema de quem o faz. A “classificação” é feita por terceiros, então, só serve para eles, não para mim.

Boa semana.

PS: Meu pecado capital é a ira. Tenho trabalhado nisso.

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