Sou egoísta, impaciente e um pouco insegura. Cometo erros, perco o controle e às vezes sou difícil de lidar. Mas se você não consegue lidar com o meu pior, então, com certeza, não merece o meu melhor. Marilyn Monroe
"Veri, você é um poço de cultura e informação."
Sim, mas estou longe de ser um poço "cheio" dessas coisas.
A primeira frase foi um elogio que recebi de um dos caras mais inteligentes que já conheci (antes dele fritar o cérebro com drogas diversas; hoje, dá desgosto conversar). A segunda, sou eu reconhecendo mais de um dos meus limites. Eu saber ou conhecer muita coisa (ou mais que a média) em relação aos assuntos que gosto não significa que eu saiba tudo sobre eles ou os tenha esgotado. Eu leio, pesquiso, estudo, aprendo, reaprendo, sobre assuntos novos e antigos sem qualquer pretensão de entrar em "disputas para ver quem sabe mais". Eu aprendo por mim. Eu aprendo para mim.
A coisa que mais fiz na vida depois dos 4 anos de idade foi ler, pesquisar, estudar, organizar mentalmente as informações, de um jeito que (de novo), ainda não sei explicar. Tudo o que é importante (e nomes não o são, PARA MIM) fica armazenado, "catalogado", organizado. Se tiver um padrão, então, melhor ainda, porque torna todo o processo mais simples. E a analogia que fiz sobre as gavetas nos dois textos mais recentes, é válida e explica razoavelmente bem como tudo fica guardado.
Tudo o que eu gosto, desde que me conheço por gente, é perene: Português, comportamento humano, algumas coisas da Filosofia, religiões... as informações são importantes, os fatos são importantes. A mensagem é importante, não o mensageiro. Não guardo nomes, nem de pessoas, nem de coisas, muito menos de sites. De livros? Sim, guardo, mas só alguns. Porque nomes (e opiniões) ocupam espaços que são, certamente, melhor aproveitados com dados, informações e conhecimento.
Raramente, falo sobre algo que não sei. Raramente sou presunçosa e dificilmente calo minhas dúvidas enquanto julgar que não adquiri dados e informações suficientes sobre determinado assunto. Se isso é considerado "arrogância", agradeço o elogio de antemão (se fosse considerado prepotência e eu não conhecesse a mim mesma, talvez eu ficasse preocupada com o que pensam ou dizem).
Eu gosto de APRENDER e faço isso constantemente, estou SEMPRE estudando algo e, claro, faço com mais gosto e mais a fundo se eu gostar do tema. Não é nada raro eu revisitar assuntos. Não tenho preguiça, nem o "pensamento rígido" (em sentido amplo) que a maioria dos aspergers têm, de encasquetar com uma coisa e se recusar a aprender.
O autoconhecimento é uma bênção em todos os aspectos: nos dá noção de quem somos, porque somos e do que somos capazes de fazer com tudo o que há em nós, seja o joio, seja o trigo. Saber separar um do outro e o que fazer com cada um deles são dois dos principais aspectos de nós mesmos que nos permitem nos tornarmos autoconfiantes e serenos em relação a nós mesmos. Autoconhecimento nos ajuda a evoluir, a perceber limites próprios e alheios e a respeitá-los.
Não nasci para agradar ninguém e qualquer "submissão" ou mansuetude que eu demonstre e conceda a alguém é de modo voluntário e é exatamente só isso, uma CONCESSÃO VOLUNTÁRIA. Aproveita quem é inteligente, respeita quem tem juízo. Meu sangue não é de barata.
Em 25 anos de internet já li, já ouvi, já vi e vivi muitas coisas. Grande parte delas foram bem desagradáveis. A consequência disso? Calejei. Dizem que ninguém chuta cachorro morto... alguns não perceberam que o cachorro já não sente mais nada e que continuar chutando é perda de tempo e desgaste das próprias emoções e da própria imagem, que é o que as pessoas tanto prezam hoje em dia e as faz parecer tão menores do que são e/ou do que poderiam ser. E, além disso, a necessidade de espezinhar, humilhar, sobrepujar qualquer pessoa é indicadora de profunda pobreza de espírito de quem o faz.
Minha sede e o meu gosto por conhecimento e aprendizado são duas das minhas melhores qualidades. Nasci com elas, vou morrer com elas. Não é a primeira vez que estou sob uma leva de ataques a essas características e não é a primeira vez que apenas assisto. Ser uma mera expectadora da "guerra" em que fui inserida - e me recuso a participar - me dá a vantagem de poder manter certa "distância emocional".
"Ah, mas se você está "distante emocionalmente", por que está escrevendo no blog?"
Respondo:
1. Porque o blog é meu e eu escrevo sobre o que quiser rs.
2. Porque não vou descer no nível do contra-ataque (bate-boca).
3. Porque meu ouvido não é penico e eu posso "passar a banda". (Viva a PNLA!).
4. Porque eu sei o que acontece quando eu respondo a esse tipo de mesquinharia: perco o (resto de) respeito e todo o escrúpulo e, por mais que seja "divertido", não me traz paz, nem contentamento. Às vezes, é legal deixar que as pessoas acreditem que sou é o que elas dizem e perceber que elas não têm controle sobre si próprias, que dirá sobre mim.
5. Porque, por fim e o mais importante, eu sei quem sou e NADA do que digam muda nada em mim se eu não quiser que mude (e se forem características como gosto pelo conhecimento e curiosidade, sorry, a missão de vocês é suicida, porque vão continuar dando murro em ponta de faca e chutando o cachorro até morrerem de desgaste).
As pessoas são livres para entrarem e saírem das vidas umas das outras, são livres para dizerem e fazerem o que querem, para plantar aquilo que desejarem - mas a colheita aprisiona, ela é obrigatória. Tenho tomado muito cuidado com o que planto, porque as consequências serão minhas. Vocês deveriam tentar também, isso aumenta a autoestima, a autoconfiança, o autoconhecimento e a capacidade de relevar a estupidez e o egoísmo alheios.
Não me preocupa, nem incomoda o fato de não gostarem de mim (eu também não gosto de muita gente). As pessoas também são livres para isso, apesar de acreditarem que devem ser gostadas pelo que são, mesmo não sendo recíprocas nesse quesito. A grande maioria das pessoas quer moldar os outros ao seu próprio gosto, desejando que os outros mudem por elas, do jeito delas, e isso é uma das razões pelas quais as pessoas são tão frustradas. Ninguém muda ninguém. Cada pessoa muda se, quando, o que e como pode e quer. Cabe a nós compreendermos e aceitarmos a individualidade alheia, para desenvolver bons vínculos de afeto e respeito. Consideração, também.
Não é porque uma pessoa gosta de você que você pode fazer o que quiser dela e/ou com ela. Despeito, tirania, deboche, sarcasmo... são quatro dos passos certeiros para minar relações sociais, profissionais e afetivas.
Dois ou três anos atrás eu disse à minha Madrinha que uma certa pessoa não tinha limites, mas os encontraria em mim. Virei onça, porque a pessoa infeliz mexeu com a educação da minha filha. Estrilei, sim, mas quando mexem comigo, eu viro malandro. E malandro não estrila, mesmo que avise.
Aviso nº 2 concluído com sucesso (não haverá um nº 3).