sexta-feira, 29 de maio de 2009

"NO FIM ALGUÉM SEMPRE LÊ"

Primeiro: Quantica, adorei! Legal que você leu! hahaha

Segundo (e agora o corpo do texto =]): dizem as línguas mais realistas que "os problemas sempre aparecem todos de uma vez" (ou que "o castigo vem a cavalo"). Concordo. O que começou com um machucado na mãe, terminou com o corte de um cordão umbilical. (Calma, children, não estou falando de uma gravidez e nem de um parto... pelo menos, não no sentido literal e científico da coisa.)

Na época que eu fiz terapia, ouvi a Le dizer que "o cordão umbilical entre mim e a pimpolha era muito forte". Antes de ontem, ouvi minha mãe dizer que "agora você pode cortar esse cordão umbilical". Obviamente, o "sentido" de cordão umbilical de uma frase é oposto ao da outra. O primeiro é "bom", o segundo "nem tanto".

Na maior parte das vezes, ter um laço de dependência (ou, cordão umbilical) com alguém é desfavorável a quem depende e se "alimenta" dele. Independência emocional, creio já ter dito isso no blog, é rara e praticamente impossível (pelo menos, nunca se teve notícias claras de alguém totalmente sem sentimentos e que não tenha nenhum tipo de memória emocional). A independência material é mais comum, sendo ou não um trabalho árduo ser conquistada. Anyway, desfazer laços de dependência é sempre complicado, mesmo quando acontece para o bem.

Falo dessas coisas (e de modo não tão explícito quanto fazia antes ou quanto já fiz diversas vezes), porque em algum momento da minha vida eu tinha que cortar o cordão umbilical com pessoas que pensam em si mas se ofendem quando penso em mim (o que não é raro de acontecer e já aconteceu com todo mundo - ou quase). Ciúme, inveja, orgulho, egoísmo ou seja qual for a fonte da "ofensa", ela sempre será convertida na ação de quem se torna independente (ou de quem diz o "não").

Quando você passa 8 anos e 4 meses acreditando que "sem fulano" ou "sem tal condição" você não vai conseguir tocar sua vida e resolver seus problemas, é sinal de que você é dependente. Quando você passa 6 anos e meio afirmando que "não consegue fazer as coisas sem a ajuda de beltrano", é sinal de que você é dependente. Quando você se toca que é dependente, provavelmente, sua vida já vai estar no meio de uma teia trançada da forma mais fechada possível e você vai pensar que nunca vai se livrar disso e continua tolerando, esperando, pensando em como fazer pra escapar... e, com isso, se emaranha mais ainda.

De repente, a pessoa da qual você depende desliza e abre uma brecha: e, então, você pensa "o universo conspirou a favor e eu consigo sair por ali". Se vira e sai, mas fica com um dos antebraços preso ali. Mesmo assim, você fica feliz, porque conquistou a liberdade de pensamento (por menos que a teia atinja seu cérebro, você fica preso por conta de valores, princípios, sentimentos, etc, que sempre acabam limitando suas vontades) e suas pernas já estão soltas, de forma que você começa a tentar se equilibrar (se tentar sair andando, ou correndo, vai virar um estilingue, porque seu braço continua lá! rs).

Aí, você nota que "beltrano" não faz quase nada e que mesmo com um braço preso, você faz quase tudo. Nota, também, que fulano está absurdamente curioso pra saber onde seu outro braço está e pra onde suas pernas podem te levar. Percebe, por fim, que a tal 'condição' que te prendia na teia, não passa de uma triste ilusão. E, aí, você passa um tempo pensando em como soltar seu braço. Você sabe que, se puxar com força, solta, mas derruba fulano e a queda dele pode doer em ambos... e resolve que é melhor deixar seu braço lá mais um tempo, até encontrar uma solução melhor.

Enfim, chega um cicrano e atrapalha a ordem natural das coisas. Age como o beltrano: os discursos de ambos não combinam com as ações. Lembrando que seu pensamento, agora, está liberto, busca nas experiências e ensinamentos do passado e do presente, uma solução pacífica. Beltrano, tão fechado nas próprias crenças a seu respeito e achando que você é ninguém e que nunca te deu liberdade pra avaliá-lo, se rebela, profere despaltérios e continua na mesma e inútil passada. Cicrano, tão bonzinho e paciente, está cometendo uma desonestidade atrás da outra. Com beltrano não há o que ser feito, pois a imbecilidade dele supera a sua generosidade e você se cala e procura se afastar, já que seu cordão umbilical com a tralha está cada dia mais fraco e fino. Com cicrano, por outro lado, você pode (mas não deve) tomar atitude sozinho e procura fulano, que, em relação à teia em que você estava preso, é o principal responsável.

O que fulano faz? Omite-se, grita qualquer coisa inconcebível e foge. O que você faz? Pega a tesoura e corta o cordão ou, na metáfora da teia, puxa o braço com força sem olhar onde ele pode bater. Deixa o laço de dependência pra trás, mesmo não sabendo direito quais consequências podem advir disso e mesmo não sabendo direito como agir a partir dali.

De qualquer forma, precisa tomar alguma atitude. A mais "fácil" (ou pelo menos a mais correta aparentemente) é dialogar. Você dialoga com uma pessoa de extrema confiança e dialoga com a pessoa que te ajudou a colocar os pés no chão. A primeira te diz que "o cordão foi cortado, agora é tocar a vida" e a segunda te diz que "fulano pode mudar radicalmente de atitude com você". E, sim, você já havia pensado nas duas hipóteses. A terceira hipótese surge como uma atitude radical: "meter todo mundo no pau", deixando claro que você sabe o que está acontecendo e que também conhece os limites de cada um.

A terceira hipótese faz com que surjam algumas outras, mas você pensa "ia ser muita merda no ventilador". Então, você decide "tirar seu time de campo". Não, você não está perdendo por W.O., você está se abrigando, no vestiário, da chuva de merda e canivetes que está prestes a cair, porque mesmo que você não jogue a merda, o ventilador já está ligado. E, quando parar de chover, o jogo continuará.

Tudo foi contado metaforicamente e sem os detalhes da participação da "Mestra das Ilusões", que foi, durante décadas, responsável por muitas das teias tecidas numa mesma cova.

No fim, o que eu posso dizer é que, retomando uma parte da postagem anterior, minha omissão tem limite, mas minha ação também tem. Decidi que não abro a porta da minha casa e que não atendo a nenhum dos meus aparelhos de telefone (são 3: um desligado da tomada e dois ligados, com identificador de chamadas, me proporcionando a ótima sensação de "surdez seletiva").

Acho que, pelo "tom" do texto, dá pra perceber que eu ainda estou brava e que ainda não sei exatamente como mostrar pra fulano e cicrano que a bunda que está no chão é a deles e não a minha. Em breve, eu descubro e, aí, tudo se resolve definitivamente.

Beijomeliga e bom fds! (Se é que eu não apareço por aqui de novo durante ele.)

terça-feira, 26 de maio de 2009

SLIP GATE

Hoje fui questionada a respeito das minhas válvulas de escape. As respostas prontas foram “tricot” e “livros”, mas tinha esquecido como é bom desopilar o fígado no blog. Sendo assim, aqui vou eu.

Depois de mais de 2 meses sem escrever, tive que reler a postagem do dia 19.03, porque simplesmente não me lembrava do texto. Ao reler, entendi porque não lembrava: o assunto não era importante. Aliás, a tendência, depois que verbalizo as coisas, é esquecê-las, exceto quando me serão úteis em alguma análise mais apurada das coisas. Quando a mente precisa, ela lembra, acha e descobre coisas que conscientemente nem sabíamos ou lembrávamos que estavam lá, armazenadas.

Há alguns anos (quase 5), eu vinha buscando coisas que, ao invés de ficarem mais próximas de mim, se distanciavam mais e mais cada vez que eu tentava agarrá-las com unhas e dentes. Acabei relendo, também, a postagem intitulada “Inspiração”, de fevereiro deste ano.

Nestes últimos dois dias, reparei que, apesar de mais indulgente (mas ainda não no nível de “indulgência perfeita”) – o que me ajudou muito a manter a tranqüilidade – eu ainda tenho brios e ainda sinto raiva. Reparei, também, que minha omissão tem limites (apesar de que, quando deixo de ser omissa, passo a ser sarcástica – rs – e não sei até que ponto isso é produtivo, embora seja divertido).

Faz 2 dias que estou estressadinha. Faz 2 dias que o amor que cresce de um lado, faz o desprezo crescer exponencialmente de outro. Hoje, numa conversa, afirmei ter 2 arrependimentos na vida: um deles, de ter me iludido que algumas pessoas pudessem, algum dia, chegar aos pés de um cara como meu Pai. Fui questionada sobre meus sentimentos e sobre as minhas válvulas de escape, como disse no primeiro parágrafo.

Em relação a esse assunto (amor vs desprezo – tentem personificar os sentimentos – se é que alguém além do Tom ainda lê esta merda), ainda, infelizmente, surge, junto com o mix, a raiva. É dela que preciso me livrar 100%. Achei que tinha conseguido, porque em várias situações que antes me provocavam a raiva, atualmente eu não sinto nada. Absolutamente nada. A emoção fica de fora e a cabeça funciona sozinha e de forma organizada.

Ontem perdi o rumo por conta da raiva. Hoje, idem. Numa análise meio rápida (e não sei se completamente correta – portanto, haverá(ão) outra(s) com o passar do tempo), concluí que essa raiva surgiu porque a resolução definitiva do problema não depende só de mim. Tudo o que foi dependendo só de mim, nos últimos tempos, foi resolvido, e de forma “pacífica” (ou, pelo menos e pra quem prefere o termo, “política”). Mas, não é tão fácil imaginar o que uma pessoa importante pra mim vai pensar, sentir ou como vai reagir se eu resolver algo que não é meu, de forma definitiva e do “meu jeito”.

Meu jeito, neste caso, necessita de um pequeno raciocínio: quando uma árvore dá frutos bons, você cuida dela pra manter boas colheitas. Se, por ventura, uma lagarta ou parasita começa a destruir a árvore, roubar sua força, seu tempo de vida, enfraquecer seus galhos, prejudicando a produção de flores e frutos, você tenta tratar a árvore com adubos, inseticidas, agrotóxicos e o que for necessário pra manter a saúde e a vida da sua árvore tão “promissora”. Caso as pragas não sejam removidas totalmente (seja por sua “força” ou por tratamento inadequado, apesar de todos os esforços) e continuem destruindo ou tentando destruir a árvore, acaba não restando alternativa a não ser... “madeeeeeeeeeiraaaaaa”. Se a praga pega a raiz, tem que remover tudo. Se pega só do caule pra cima, corta-se dali pra baixo. De qualquer forma, o trabalho pra fazer a árvore crescer forte e dar bons frutos novamente é árduo e nunca existe 100% de garantia que aquela praga foi eliminada mesmo. Se pegou na terra, não há raiz que resista. Então, você limpa a árvore, a raiz e o terreno. Sempre tendo em mente as conseqüências e o tempo que você vai levar pra refazer a beleza que tinha antes.

Acompanharam o raciocínio? Meu jeito é preparar o terreno e cortar o mal pela raiz. Estou preparando o terreno. Não é de hoje e não é tão simples quanto parece. MAS, do mesmo jeito que não posso arrancar a praga que tomou a seiva do caule da árvore, também não posso arrancar sentimentos do coração das pessoas. E isso é o que torna essa decisão tão difícil. Aliás, é o que torna o momento de aplicar a decisão tão difícil de ser identificado.

Se eu tivesse “largado mão” de “princípios legais” quando tive a oportunidade, hoje provavelmente as coisas seriam diferentes. E é por isso que me arrependo. E é por isso que enquanto o amor cresce de um lado o desprezo se multiplica do outro. E é por isso que eu ainda sinto raiva nessa situação. E é por isso que preciso achar uma alternativa que não seja a motosserra.

Está tudo meio confuso ou é impressão minha?...

Enfim, tive 2 dias de férias intelectuais e amanhã volto pra labuta. O que é ótimo, já que “cabeça vazia, oficina do diabo” e eu vou encher a minha com produtividade (e, posteriormente, meu bolso com o resultado). Acabaram de me ligar e eu vou terminar o post por aqui. Vou aproveitar pra arrumar meu armário de malhas que está revirado.

(Equilíbrio se restaurando – reler os próprios pensamentos faz bem... bem demais em certas ocasiões).

Bjo

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