Há algum tempo ando pensando em voltar a escrever aqui, mas não tinha certeza se deveria ou não, em razão do teor das postagens que eu queria fazer. Mas, conforme as coisas foram acontecendo, resolvi escrever. Como disse minha mãe, vou "tentar ser o mais educada possível".
Sei que existem pessoas que não me conhecem a fundo e só o que eu mostrei de mim foi uma pessoa "antissocial", "afastada", tantas vezes com o semblante sério demais para permitir a aproximação de qualquer um. Mas quem me conhece (de verdade e nem todos que vão ler isto me conhecem tão bem quanto pensam) sabe que as coisas não são bem assim. Sou sociável, gosto de fazer amigos, gosto (muito) de conversar e, também, costumava ser "palhaça" ou "doida" (ambos adjetivos tidos como qualidades, nada em tom pejorativo).
Contudo, há alguns anos, estou aprendendo que nem todos merecem meu lado bom. Tenho uma natureza desconfiada e costumava olhar a todos da mesma forma: esperar o pior de qualquer um e o que vier de bom é lucro. Fui criticada por pensar assim, algumas pessoas me fizeram "entender" que eu precisava "botar um pouco de fé nas pessoas". Infelizmente, no meu caso, isso foi um erro. Foram diversas decepções e não me recuperei de todas elas.
Em 1997, após a morte do meu Pai, eu era uma CRIANÇONA de 20 anos, que não sabia nada da vida, que tinha pais superprotetores, que tinha tido tudo do bom e do melhor (dentro das possibilidades dos meus pais), boa educação moral e formal, que aprendeu a ter bons valores, princípios e caráter. Que aprendeu que honestidade e sinceridade são as principais características de um ser humano de bem. (In)felizmente, não fui ensinada a fazer política. Quando percebo política ou politicagem à minha volta, me afasto. Não sei conviver/lidar com essas coisas.
Nesse ano, veio uma decepção enorme (não vou citar o nome de NINGUÉM aqui, mas sei que sempre vai ter um pra vestir a carapuça, afinal, "quem tem c* tem medo"). A única pessoa que havia passado pela mesma coisa que eu, com a mesma idade, criada nas mesmas condições, assim que meu Pai bateu as botas simplesmente virou as costas e "se foi". Mudou de cidade. Até hoje, não entendo pra que ela foi morar na rua de baixo da minha casa... acho que foi só pra manter um "falso controle" sobre a doença do meu Pai e sobre a nossa vida. Hoje, não consigo acreditar nas boas intenções de ninguém.
No ano seguinte, as coisas pareciam ter mudado, afinal, eu estava morando em "Higienópolis", meu Pai tinha deixado um seguro de vida e a grande maioria das pessoas (parentes e "amigos") pensou que eu e minha mãe estávamos "ricas". Doce ilusão. Mas, qual não foi nossa surpresa ao receber um telefonema de alguém pedindo para que minha mãe "emprestasse" dinheiro a uma conhecida para quitar condomínios em atraso? Foi o primeiro tapa na cara: ERA ASSIM QUE AS COISAS FUNCIONAVAM COM MEU PAI? Questionamentos começaram, afinal, meu Pai sempre dizia que não tinha dinheiro pra fazer um agrado pra mim ou pra minha mãe, mas MUITA GENTE ficava numa boa depois de telefonar pra ele. Que legal, né?
Bom, nesse meio tempo, duas pessoas grudaram na minha mãe. Eram cursos, viagens e tudo mais... até que o dinheiro do seguro acabou. Depois disso, sequer um telefonema pra saber se estávamos bem. Todos na família (seja do meu Pai ou da minha mãe) sabem que eu e minha mãe NUNCA fomos de telefonar pra ninguém, nem de nos convidarmos pra ir na casa de ninguém. Quem ligava em aniversários e datas especiais era meu Pai... eu não sei se ele tinha um calendário mental ou o que, mas nunca caiu na minha mão um calendário de verdade com datas e coisas assim. Enfim, meu Pai se foi, com ele todas as facilidades financeiras que as pessoas pensavam que eu e minha mãe tínhamos (e não tínhamos, já que só era fácil pra terceiros - não sei se meu Pai era ingênuo, bom demais pra ser verdade ou trouxa mesmo).
No ano seguinte (1999), mais uma decepção... um acontecimento que, pra alguns, poderia não significar nada, pra mim significou... não fui convidada e só fiquei sabendo um ou dois anos depois que duas pessoas tinham se casado.
A cada dia que passava, ficava mais claro pra mim que eu não sou parte da "família". Meu Pai morreu e, com isso, parece que o "vínculo" morreu junto.
Eu fui levando, tentando não pensar nessas pessoas todas e nem nessas coisas. Tinha faculdade pra terminar, tinha novos amigos pra curtir, tinha o Tigrão pra cuidar e desfilar com ele por aí (que saudades do meu Opala!), tinha minhas aulas diárias de inglês que eu amava... Aí, a faculdade acabou. Bateu o desespero. Eu nunca tinha ficado sem nada pra fazer por tanto tempo (3 meses). Consegui um emprego, fui trabalhar. Fiquei 1 ano e pouco trabalhando com o Alê, até que, em fev/2001, meu avô me chamou pra trabalhar com ele.
Até hoje me pergunto se isso foi bom ou ruim. Doze anos se passaram e não tenho certeza, e não sei nem se vou ter. Muitos altos e baixos, muitas água podre passada por debaixo da ponte... enfim...
Em 2002, nasceu a Isa. "Amigos", já eram, né? Depois que parasse de amamentar ia ter que refazer todo meu círculo social (valeu Daniboy pelo arranque inicial em outubro/2003 =D ). Teve muita crise com o pai da Isa durante a gestação e nos 9 anos que se seguiram. Não foi fácil e, quanto mais eu tentava arrumar uma solução, menos eu arrumava. Tentei pedir ajuda a 2 pessoas (pai e filho) e recebi negativa de ambos... isso porque são meu sangue!! Mas, tuuuudo bem... A "gênio ruim" aqui é feita de ferro né?... Ou melhor, aço, que não enverga nem enferruja... humpf!
Em 2003, minha avó materna faleceu em março, meu avô materno em dezembro. Foi um ano BEM difícil. Uma fulana saiu falando pra família do meu avô que minha mãe não queria visitas aqui em casa (e até hoje parece que as pessoas acreditam nisso)... mas ela vai ter o que ela merece pela merda que fez. A família da minha avó já tinha dado no pé bem antes. Éramos eu, minha mãe e a Isa... e todas as consequências (dos nossos atos e dos de terceiros também).
Em 2004, a situação ficou ruim mesmo. Contávamos moedinhas pra comprar pão pra por na sopa da Isa. Passou, graças a Deus. Dois mil e cinco, 2006, 2007, 2008, 2009.... 2013... continuamos eu, minha mãe e a Isa.
Mas tem novidades!!!! Em 2008 eu fiquei doente! (Sabiam? Não, né? Eu esqueci que morri com o meu Pai em 1997 e depois com os meus avós em 2003!!! - sou pior que gato, não? Quantas vidas será que me restam pra eu continuar morrendo?)
Pois é... fiquei doente... em 2009 fui lá, num mediquinho de meia tigela que me fazia ficar dopada o dia todo. Eu não saía de casa, não conversava, não comia, não dormia... mas, ahhhh, adorava um cafezinho. Resultado? Anorexia e 48kg, ansiedade generalizada, depressão e vai saber mais o quê!... Até que eu cansei de ficar retardada o dia todo. Se fosse pra ficar assim, eu fumava maconha!
Troquei de médico. Encontrei a "Santa Ana Lúcia", que me tirou do buraco. Mas, como eu não recebia alguns honorários desde 2008, não tinha como pagar assistência médica (várias pessoas jogavam isso na minha cara, mas ninguém pensava que a pessoa pra quem eu devia 2 mil, estava me devendo muito mais pelo trabalho prestado durante 6 anos - é, só 6, porque quando eu percebi o que estava acontecendo, decidi não fazer mais nada pra essa pessoa - como eu sou filha da puta né?). Fiquei sem convênio. Estou me tratando no SUS. Legal, né?
Não é segredo que nasci na Umbanda mista de Candomblé e que leio muito sobre Kardecismo. Não é segredo pra ninguém que os guias estão me ajudando com muitas coisas desde 2004 e eu sei que se não fosse por Eles, pelo pessoal da Federação Espírita do Estado de São Paulo, pela MINHA MÃE, pela MINHA FILHA, por toda a compreensão, companhia e amor delas, eu, provavelmente, ia ter gasto minha última vida no vídeo game da vida.
Dois anos atrás, no aniversário da minha madrinha, algumas pessoas ficaram "chocadas" com a minha aparência e meus 48kg. Alguns meses depois, em setembro, nos reencontramos no aniversário do meu avô. ENCHERAM minha mãe de perguntas. Minha mãe respondeu. FILHAS DA PUTA CHEIAS DE CURIOSIDADE MÓRBIDA!!!!! Sabem por quê??? Por que se fazem de tão boas, tão solícitas e tão legais com "outras pessoas", mas comigo, NADA! Depois daquilo, NUNCA ligaram pra saber mais nada!!!! (Só um esclarecimento: a família da minha mãe NUNCA fez nada de mal pra gente depois que meus avós se foram. Nunca nos destrataram, nunca encheram o saco, NADA. E, da família do meu Pai, os únicos que sempre foram os mesmos, nesses meus 36 anos de vida, são a Sônia e o Toninho. Tenho profundo respeito e admiração por eles, por agirem de acordo com as palavras que proferem.)
Ouvi tantas vezes "que saudades do meu primo", "nossa, seu pai era um cara e tanto", "ah, seu pai era uma ótima pessoa".... CADÊ O RESPEITO E ADMIRAÇÃO AGORA? JÁ COLOCARAM A MÃO NA CONSCIÊNCIA (se é que vocês têm alguma) E SE PERGUNTARAM COMO ELE REAGIRIA A TANTO DESCASO E DESRESPEITO? Certeza que a gente já tinha mudado de cidade de novo e ele teria mandado todos vocês a um grande monte de merda!
Então, eu pergunto a vocês: o que vocês gostariam que eu fizesse? Ligasse chorando e dissesse "ah, meu Deus, eu to morrendo"... O que vocês poderiam fazer? Nada, certo? Afinal, quem tinha que tomar os remédios e voltar a comer era eu. E o tal "apoio moral", vocês nunca deram... Por que seria diferente nessa situação, não é mesmo?
E, agora, pergunto outra coisa: vocês realmente, lá no fundo do coração envenenado de vocês, acreditam ou esperam que eu tenha respeito, consideração e/ou apreço por vocês? Fica MUITO difícil nutrir esses sentimentos... Fica MUITO difícil pensar em encontrar vocês, que dirá cumprimentar (como já fiz este ano, afinal, meus pais me deram educação e eu não fingi que não vi vocês como vocês fizeram comigo no casamento do Daniel), conversar, CONVIVER!
Tudo o que vocês me mostraram depois que meu Pai morreu foi HIPOCRISIA e, também, o tipo de pessoa que EU NÃO devo ser! Me digam, vocês sabem que estão fingindo palavras, ações e sentimentos ou vocês ainda tem o véu da ilusão diante dos olhos e crêem piamente que são tão bons quanto têm se considerado? Como é que vocês conseguem? Eu não conseguiria dormir à noite (nem de dia).
Ah, sim. Tem mais coisas.
A partir do momento que uma pessoa falta com o respeito para com a minha mãe ou minha filha, EU PERCO A EDUCAÇÃO. Doa a quem doer. Eu desço do salto, rodo a baiana, toco o puteiro e mando se foder. Caso as pessoas queiram ser tratadas com respeito, caso queiram que seus filhos sejam tratados com respeito, eu digo, DÊEM-SE ao respeito e REPENSEM a educação que deram a eles (ahhh, que alívio ter falado isso, afinal, uma mãe tomou umas a mais no dia dos pais em 2004 na casa da minha madrinha e se achou no direito de ser autoritária comigo sobre a forma de educar a Isadora... ainda bem que eu desconsiderei, porque não quero que minha filha seja desrespeitosa com a mãe de ninguém, como o filho dela foi com a minha).
Além disso, nos momentos mais difíceis da minha vida, as seguintes pessoas estiveram ao meu lado: Tio Luiz (irmão da minha mãe, pra quem não sabe, que foi a pessoa que me ensinou a não brigar com meu Pai por causa de "conflitos de gerações" quando eu era criança), minha Mãe, meus Nonos e, por incrível que pareça, a Isadora. Ela tem um entendimento e uma compreensão a respeito das pessoas e da vida que eu não sei de onde vieram. Devem ter nascido com ela. Aprendo coisas com ela todos os dias, talvez mais coisas do que eu possa vir a ensinar a ela.
De qualquer forma, ESSAS são/foram as pessoas que se sacrificaram por mim (além do meu Pai, obviamente), que me deram respeito, atenção, que se propuseram a me ensinar coisas, que respeitaram os meus limites emocionais e de entendimento, que NUNCA me abandonaram e que só partiram porque Deus chamou (exceto minha mãe e minha filha que, graças a Deus, estão comigo).
Não me peça o que você não pode ou não vai me dar. A cada dia que passa, os "podres", os "abusos" cometidos enquanto meu Pai era vivo AINDA estão aparecendo. A cada dia que passa, quanto mais me excluem do que alguns chamam de "família", mais grata eu fico, porque é Deus me ouvindo quando eu rezo "livrai-me de todo o mal".
Vocês não têm consideração. Vocês são más! (Parem de se iludir vai, vocês já estão bem crescidinhas =D )
Tá bom, eu posso ser cruel com as minhas palavras, mas eu tive tempo pra pensar. Quando você faz mal aos outros "sem intenção de magoar ninguém", só mostra que a maldade está dentro de você... ou então, que sua inteligência é MUITO limitada e não abrange todos (ou a maior parte d)os aspectos de uma mesma questão... ou então, vai ver que você sabe muito bem o que está fazendo mas não está nem aí. Exatamente como a grande maioria das pessoas da atualidade.
Como diria meu Pai, "a unanimidade é burra". Eu prefiro ser "do contra".
Pra quem não sabia nada de mim, "belo esclarecimento", né? Como toda "família" tem problemas, porque a "minha" (ahn?) ia ser diferente? =D
Talvez agora vocês entendam um pouquinho melhor meu "isolamento" em determinadas situações e o porquê de eu ficar sempre de "cara feia"... mas não se preocupem, eu só mordo quando provocada.]
Bjo ôto tchau!