quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

DOS MIL DIECINUEVE

Escrita com letras pretas sobre um fundo branco, a frase "nolite te bastardes carborundorum", do livro O Conto da Aia, que, em Português, significa "não deixe que os bastardos te esmaguem"

Dois mil e dezenove foi um ano que parecia uma extensão de 2018. Não houve uma "virada": as coisas não-boas de 2018 apenas continuaram fluindo, como se nada - real ou simbólico - tivesse acontecido à 00h do dia primeiro de janeiro.

De janeiro a agosto, no que se refere às consequências reflexas de babaquices alheias, dois mil e dezenove rolou ladeira abaixo. Algumas pessoas prejudicaram demais minha filha com determinadas palavras e atitudes, mostrando à minha filha, explicitamente, o que não ser e não fazer.

De janeiro a agosto, a maldade alheia obrigou minha filha à resiliência. Seria menos sofrido a ela aprender a resiliência através de experiências alheias, refletindo, usando a criatividade para enxergar uma gama de melhorias, métodos, soluções, etc., e a lógica para avaliar "the big pictures" e tomar decisões adequadas.

A partir de agosto, com todo o aprendizado, nós três - eu, minha filha e minha mãe - praticamos o nolite te bastardes carborundorum, transformando o "não deixe" em "já não deixamos". Somos como bambus bons, que envergam com o vento mas não se curvam demais e também não quebram.

Em outros aspectos, dois mil e dezenove foi um ano maravilhoso. Cheio de descobertas, aventuras, mudanças, desenvolvimento, crescimento pessoal, fortalecimento de vínculos... mas, eu não posso negar que a melhor coisa desse ano louco foi a melhora grande e intensa nos relacionamentos mãe-filha, tanto com a minha filha, quanto com a minha mãe.

Estamos, as três, mais unidas, mais amigas. A comunicação melhorou, a energia melhorou, os ânimos melhoraram... até pele e cabelo melhoraram rs.

Fazendo um balanço, dois mil e dezenove foi um ano louco, mas foi um ano muito bom. Perdemos o medo de "passar dificuldades", aprendemos a passar por elas em algumas fases da vida. As dificuldades não mais nos assustam; ao contrário, aproveitamo-las para nos aprimorarmos, nos fortalecermos, nos encorajarmos. As dificuldades nos ensinaram a manter o equilíbrio (e/ou recuperá-lo com facilidade), mesmo quando quem nos passa a perna é alguém que, em tese, deveria nos dar suporte.

A sensação sobre dois mil e dezenove é de vitória, daquelas vitórias que você nem imagina que possa ter na vida. As conquistas foram importantes, inclusive para ajudar a reconstruir, dentro de cada uma de nós, o que foi quebrado pela vida ou por alguém pobre de espírito.

Dois mil e dezenove foi como uma paixão de adolescente: intenso e rápido. E isso também foi uma coisa boa.

Para dois mil e vinte, o nolite te bastardes carborundorum e a reciprocidade continuam sendo leis da vida.

Depois de dezesseis dias, Feliz 2020!

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