domingo, 27 de janeiro de 2019

MAMÃE MALVADONA

 Nas fotos: Pai e Mãe 2002 juntos / 201? separados #tenyearchallenge 

Hoje, decidi usar o Spotify pela primeira vez. Estou me divertindo. Agora, por exemplo, estou ouvindo uma playlist chamada "Brain Food" e como o meu padrão de vida é super alto, uso a versão free/grátis do aplicativo e vou ver até onde ela me leva e o que ela me permite.

E vocês dirão, "Nossa, Veri, mas só agora em 2019 é que você foi conhecer o Spotify? Que desatualizada!" Sim, estou bem desatualizada em relação a um monte de coisas, inclusive até mais importantes do que aplicativos de uso intuitivo da moda e só "descobri" o Spotify (apesar da insistência da minha filha para que eu o instalasse no celular desde que foi lançado) porque, não me lembro o porquê, criei uma conta no app e faz dois dias que tenho recebido avisos no e-mail de que eu "requested to reset my password" (pedi uma nova senha).

Ora, eu não "requested" nada. Tinha até esquecido que eu tinha uma conta nesse negócio, já que tenho 5 giga de música (que gosto com certeza) no celular e não preciso de internet para ouvir. Ou seja, tem gente bem preocupada se eu estou gastando 20 reais por mês para ouvir determinadas músicas e tentando saber se a conta é Premium ou não. Não, meu bem, eu uso "free Spotify, baby". Sossegue a tarraqueta.

Fiz esse introito pelo seguinte: há algum tempo, mais especificamente desde a semana entre o Natal e o Reveillon de 2014 (ou será que foi 2015?, não tenho certeza), vira e mexe aparece pedido de "registrar nova senha" de vários sites e apps, dentre outras coisas. O que parece não ter ficado claro para quem tenta isso é que desde os black blocs, em 2013/2014, eu enfiei um monte de camadas de proteção nos meus computadores, inclusive senhas em pastas e subpastas e partições e o cacete a quatro. Acreditem: tive problemas em 2015, 2016 e 2017, sempre próximo da época de recalcular a pensão da minha filha, e em parte de 2018 - mas, por incrível que pareça, não na época do recálculo. Até estranhei. 

Neste ano, a coisa foi diferente. Minha filha quis entender a montagem da planilha, o que vai e o que não vai na conta, como a conta é feita e o porquê de tudo isso. Como ela está com 16 anos, é boa de matemática, bem questionadora e curiosa (perguntem a ela sobre transtornos de personalidade, por exemplo - vão se espantar com o conhecimento e a memória para reter informações), mostrei a ela a planilha, expliquei a forma de cálculo (que foi explicada várias vezes ao pai dela ao longo dos anos), mostrei a legislação aplicável ao cálculo da pensão (uma lista de artigos e leis que fica abaixo da tabela das contas, fora da área de impressão, para que eu possa consultar com facilidade quando tiver dúvida sobre algum item) e deixei que ela tirasse dúvidas, que foram apenas sobre significados de expressões jurídicas.

Enviei a planilha por e-mail e a resposta veio "pior do que nunca". A filha quis falar com o pai e enviou um e-mail. O que aconteceu depois foi INACREDITÁVEL. Ele passou a ignorar as mensagens da menina no Facebook e não respondeu ao e-mail da filha. Não bastasse isso, ele passou o endereço de e-mail DA FILHA para a companheira dele e permitiu que ela falasse MUITA besteira para a menina. Sim, para a menina, porque não fui eu quem escreveu/enviou o e-mail para o pai.

No e-mail que a fulana enviou (para o pai, para mim E para minha filha) como resposta ao e-mail da menina, ela me acusou de a) não obedecer a lei; b) de ser desonesta; c) de ter padrão de vida alto (como se fosse crime); d) de ter abandonado emprego; e) de ser desocupada; f) de estar usando a pensão da minha filha para ME sustentar; g) de alienação parental. Ao final do primeiro e-mail, disse "quem vai montar o processo sou eu, e olha, ninguém vai querer, porque além de eu ser boa nisso, a prestação de contas não vai ser essa tabelinha mais ou menos sem comprovante em anexo não. Fui clara?". No segundo e-mail, ela afirma "...(o pai) tem o direito de me encaminhar sua correspondência, ainda mais sendo sua cônjuge e auxiliar de assuntos jurídicos..." e, ao final, que "tudo será feito realmente como manda a legislação, e não somente como eu interpreto". Ok, e provavelmente ela é juíza concursada para decidir tanta coisa a respeito da pensão da filha "dos outros" (como ela se referiu à filha do companheiro dela no primeiro e-mail).

Outra coisa que mudou com o tempo, foi a escrita do pai. Quando éramos amigos, durante o namoro ou depois de terminarmos, brigando ou não, foram anos lendo a escrita dele que, "de repente", mudou. Obviamente não era mais ele a escrever ,mas eu ainda dava o benefício da dúvida. Com as afirmações dela fica claro, ao que parece, que ela se tornou o homem do casal (será que ele está mental ou fisicamente incapacitado de digitar e tomar decisões sobre as coisas da filha DELE?). 

(OBS: Eu deveria ter feito back up da conversa que tive com o "tio Urso" um tempo atrás, em que ele queria almoçar com a menina e eu disse que sim, que combinaríamos e eu levaria e ia buscar e perguntei se o pai sabia, se não ia ter problema - e o tio Urso sumiu, feito chapéu velho. E também deveria ter feito como se faz hoje em dia e ter filmado com o celular a tia passando por nós na Av. Paulista, a menina chamando e sendo - literalmente - ignorada e eu, bem besta, dizendo que provavelmente a tia não tinha ouvido, tentando amenizar a decepção dela).

Eu não vou entrar no mérito (jurídico) da coisa toda porque amigos e familiares que conhecem a história de perto sabem bem como tudo acontece(u) e o quanto essa moça, que sabe tanto sobre Direito mas não sabe diferenciar cônjuge de companheira, está equivocada praticamente tudo o que disse.

Por todo o "tom" dos e-mails dela, a paranoia é tanta que ela acredita piamente que fui eu quem enviou e-mail me passando pela minha filha como se a menina fosse uma inculta, uma analfabeta funcional, ou como se ela ainda tivesse 5 anos de idade e fosse incapaz de ler textos complexos, interpretá-los e escrever coerente e corretamente, além de usar o conhecimento adquirido. Pelo que  vejo, eu estou desatualizada em tecnologia, mas tem gente que pára no tempo.

A pessoinha está com problemas comigo desde "aquele almoço". Cara, É RIDÍCULO. Se fosse o pai a ter terminado o relacionamento, ele mesmo não teria "plantado discórdia" dizendo aos avós paternos e tios que eu os odiava e nem a mim que eles me odiavam. Imagina se eles descobrissem que eu sou legal e que ele só esta(va) muito bravo por ter sido rejeitado? EU-NÃO-TÔ-NEM-AÍ se ele está ou não com alguém e o que faz da vida, onde mora, o que come, etc. Não me diz respeito a vida privada dele, assim como a minha vida privada não diz respeito a ele e, muito menos, à fulana com quem ele se relaciona.

O que EU TO AÍ SIM é que, assim como eu, ele cumpra com a parte dele da pensão (em vez de deixar minha mãe pagando um bom pedaço da parte dele) e, PRINCIPALMENTE, que ele SE COMUNIQUE com a filha em vez de ignorá-la quando ela o procura e CUMPRA A PALAVRA DELE em relação as promessas que faz com as coisas dela. Todo o resto NÃO É IMPORTANTE. Enquanto o dever legal perdurar (até os 24 anos se ela continuar estudando até lá), o BEM-ESTAR DELA vem antes de tudo. Queiram/gostem os (pretensos) adultos da situação ou não.

Eu não fiz filho com a companheira dele e ela não é o pai da minha filha. Não é ela quem tem que decidir sobre a vida da menina e MUITO MENOS responder e-mails (meus ou da menina). Foi o pai quem fez, é o pai quem tem que resolver. Com a mãe ou com a própria filha. Não com ninguém mais. Fingir que não viu e-mails enviados, me bloquear no whatsapp ou ignorar as mensagens da filha no Facebook é incorreto. Principalmente para depois querer se utilizar disso para dizer que "a mãe não dá satisfação e faz as coisas sem o pai saber". Para que tá feio - e eu realmente cansei de por panos quentes.

Fico pensando, correr atrás e garantir próprio sustento às custas da moral e dos vícios dos outros, além do não-pagamento de prestadores de serviços não é algo admirável, nem para se glorificar (apesar de explicar bem o tipo de pensamento tacanha e restrito da pessoa). Do que adianta a pessoa fechar perfil em rede social? A forma que se ganha o pão diz muito sobre as pessoas e é muito importante na criação de um filho, quem é mãe sabe disso. Imagina que tipo de influência minha filha teria tido convivendo com essa moça, se tivesse gostado dela e quisesse ter convivido? O Universo conspira a favor da minha filha, protege a integridade da alma dela quando permite que ela não goste de certas pessoas, seja a madrasta ou algum colega de escola ou qualquer outra pessoa (só que, no caso de escola e trabalho, a convivência com as pessoas é obrigatória - em outros casos, não).

Esta semana, li de dois amigos antigos que "não dava para perceber que eu estava chorando e que eu não parecia nervosa 'naquelas brigas'" (que rolavam num jogo online) e que "logo eu que sempre fui brava, determinada e guerreira, como fui cair numa dessa" (essa situação parcialmente descrita no texto). É sério que é essa a impressão que eu passo? Quem dá esporro não tem sentimento, não tem fragilidades ou "pontos fracos"? Espero que terceiros não venham com mimimi de empatia e sensibilidade para cima de mim se/quando eu "der de louca". Estou há quase duas décadas esquecendo de mim e pensando no que era melhor para os outros (no caso, o melhor para a minha filha e o menos pior para o pai dela), para preservar minha filha de coisas que podiam ser prejudiciais ao desenvolvimento intelectual, moral e emocional dela (♪♫♪ 'that´s what mothers do' ♪♫♪ - leiam a frase no ritmo de "What lovers do", do Maroon 5). Agora chega.

Não me arrependo de NADA do que fiz e faço por e para minha filha, para que ela tenha a vida mais plena possível. Mas, não vou mais preservar marmanjo(a) egoísta quando me sentir prejudicada (e, não, isso não é sobre dinheiro). Paciência tem limite e olha que a minha está parecendo a famosa "paciência oriental", ninguém vai poder reclamar quando eu "tomar atitudes", quaisquer que sejam.

Para o almoço do domingo está servido o passado bem-passado, para o presente ficar ao ponto.

PS: Sobre filhos, dizia minha Bisnonna que quem não tem mata cem, quem tem um não mata nenhum. Quem não é mãe não entende, mas Deus sabe o que faz.

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