domingo, 2 de junho de 2019

SUS (SISTEMA ÚNICO DE SOFRIMENTO)

#PraCegoVer Em azul, a expressão SUS e seu logo, uma cruz médica estilizada


É certo que, atualmente, sejam médicos particulares, de convênio ou do SUS, raramente encontramos alguém bom e competente de verdade. Abaixo dos 45, 50 anos é impossível, para os mais jovens, tudo é virose ou câncer. No SUS, então, é pior ainda. Receitam remédios fortíssimos que levam as pessoas a perderem a memória, dormirem por dias seguidos, ficarem com o pensamento embotado, perder potássio e cálcio a ponto de mal conseguirem se movimentar, além daqueles que detonam as enzimas do fígado e te levam à cirrose medicamentosa (sei que “remédio que não tem efeito colateral não faz efeito”, mas todo tratamento pode ser revisto, suspenso, interrompido, etc).

Quem sou eu para falar isso, vocês devem estar se perguntando, já que sou formada em Direito e tenho interesses voltados à Educação, ao Português e às Filosofias Clássica e Política, não é mesmo? Eu conto: sou alguém cuja família sempre foi “diferentona” em questões de saúde, sou alguém que tem muitas horas de hospitais, consultas, tratamentos, talvez mais horas que muitos médicos com menos de 40 anos por aí. Sou alguém que fala “pra caramba”, mas observo muito mais do que falo (quem me conhece pessoalmente consegue ter uma noção do tamanho da minha capacidade de observação).

Não, eu não sei “mais que os médicos” sobre a profissão deles e, por isso, pergunto muito, sobre muita coisa aos médicos com os quais me consulto regularmente, aos amigos médicos e da área da saúde que fiz ao longo dos anos... e, convenhamos, é muito menos complicado acreditar e confiar em alguém cujo caráter se conhece do que em um estranho – ou em um recém-formado, ou em algum médico brasileiro que teve que fazer o Revalida (ou algo equivalente em sua especialidade), ou que preste concurso no SUS porque não consegue ter clientes em virtude de sua falta de competência técnica (tudo isso é exemplo – e tem “um ou dois” fatos comprovados).

MUITOS médicos, uma infinidade deles, têm o ego bem maior que seus conhecimentos – e até os próprios médicos sabem disso sobre seus colegas, mas não falam, afinal, toda profissão tem um código de ética. MAS - tudo tem um ‘mas’ – eu, como  paciente, mãe, filha, neta, sobrinha, amiga de pacientes, posso falar o que eu achar que devo sobre a (in)competência de quem nos atende(u), seja no SUS, seja no particular, seja por convênio.

Vou dar alguns exemplos: ano passado, minha filha pegou catapora/varicela. Levei-a ao pronto socorro do Hospital 9 de Julho (em São Paulo,SP), que atende o convênio dela. Minha mãe, eu, minha filha, os enfermeiros da triagem, os seguranças do hospital... todos reconhecemos a catapora, MENOS A PORRA DO RESIDENTE/RECÉM-FORMADO QUE ESTAVA NO P.S. Enfermeiros colocaram minha filha no “isolamento” (estava cheio de velhinhos no hospital aquele dia, imagina se um deles pega catapora e morre? Aff) e o “super doutor” nos largou esperando “no isolamento” por 1h20min, com enfermeiras entrando e saindo da sala o tempo inteiro para “pegar material de curativo”.

Sério, ou aquela equipe é despreparada, ou é porca, ou é muito burra: COMO VOCÊ FICA DE ENTRA-E-SAI DE UM LUGAR COM UMA PESSOA COM DOENÇA INFECTO-CONTAGIOSA DE ALTA TRANSMISSIBILIDADE? E, para piorar, vem o jovenzinho de jaleco, e diz que “não tem certeza que é catapora, que várias outras viroses têm os mesmos sintomas” e todo aquele blábláblá de FALSA AUTORIDADE... ele só baixou as orelhas quando eu disse que estava com surto de catapora na escola da minha filha. O “doutor” perdeu meu respeito ali mesmo... e o Hospital 9 de Julho perdeu a minha confiança, assim como o Hospital Infantil Sabará também a perdeu anos atrás, quando, em menos de duas semanas e com um gasto desnecessário de R$400 em remédios, minha filha teve que voltar lá 4 vezes...isso mesmo, QUATRO vezes, porque, para os “pediatras”ela tinha virose (acho que eram “podólogos” que não conhecem bem o idioma e acham que pediatra é médico de PÉ, porque não é possível) – e antes disso, em 2006, um médico, já experiente, do mesmo hospital disse a mim e ao pai da que “pais jovens acham que tudo é doença”, que era para dar um anti-térmico para a menina porque ela não tinha nada e, 2 dias depois, voltamos lá e ela ficou internada por causa de pneumonia dupla.

Obviamente, enviei reclamação às ouvidorias de ambos os hospitais. No caso do “doutor” da catapora e de 3, dos 4 pediatras que atenderam minha filha no caso da sinusite, não sei o que aconteceu. Mas o sócio do hospital que desdenhou da preocupação dos pais e fez minha filha ficar internada por causa do próprio ego foi excluído do quadro de sócios e de profissionais de lá (e, por isso, voltamos lá depois – coisa que não fazemos mais depois da “virose”).

Esses são alguns dos ‘causos’ de médicos incompetentes/ególatras, mas tem um mais recente e esse é do SUS – e está me deixando bem brava.

Ao longo de 10 anos, tive alguns diagnósticos que não “se encaixaram” na realidade. Resumidamente: ansiedade generalizada (2010 e 2011), depressão unipolar (2010), depressão bipolar (2012), TEPT (2014), fobia social (2019). Os três últimos não se encaixam na realidade. Ora, se eu tenho TAG, obviamente, algo “menor” como a ansiedade social pode aparecer e sumir, afinal, não há “nada mais abrangente” que o TAG quando se refere à ansiedade (quem tem, sabe - é um inferno).

SÓ QUE parecia que “faltava alguma coisa”. Terapia não dava certo, remédio não dava certo... nada funcionava. Até que, ano passado, assistindo uma série comecei a pesquisar sobre outras coisas e comecei a correr atrás de métodos para investigar isso. Achei testes na internet: de QI, de Asperger, de personalidade, de TDA(h), de TOC... fiz todos os que me pareceram sérios (os que eram ligados a redes sociais e os que apareciam em sites de ‘falsas autoridades’ eu não fiz, porque se tem uma coisa que não se pode perder na vida é tempo).

O AspieQuiz foi recomendado por psiquiatras em grupos de autistas e uma neuropsicóloga me falou do RAADS-R. Fiz os dois, o resultado foi o mesmo em ambos (“positivo para Asperger” rs). Fiz avaliação neuropsicológica e o resultado foi o mesmo que tive aos 5 anos de idade: superdotação. E, em seguida, fui num psiquiatra especializado em TEA, recomendado, também, num dos grupos de autismo que eu participava e foram confirmados três diagnósticos: TAG, superdotação e Asperger.

Foram 10 anos correndo atrás de “consertar o que estava estragado” e dar um rumo para um tratamento eficaz. Nesse meio tempo, resolvi procurar a psicóloga da UBS que eu vou desde 2010. Conversei com ela sobre todos os diagnósticos, tentativas frustradas de tratamentos, a sensação de “estar faltando alguma coisa” e comentei como eu desconfiei da síndrome de Asperger e, então, a surpresa: ela descobriu que tem TDA de uma forma muito parecida com a que eu desconfiei do Asperger.

A partir daí, quando Dr. Leonardo (o especialista em TEA) fechou o diagnóstico, tudo começou a se encaixar, a “ficar redondo”.  E eu resolvi ir ao psiquiatra da UBS mesmo, porque não dá para pagar o Dr. Leonardo “toda hora”... Pior erro da vida.

Dei de cara com um ególatra cheio de tiques, que decidiu, logo na primeira consulta que o laudo do especialista está errado e decidiu que ia tratar o óbvio, aquilo que ele chamou de “fobia social”. Como eu estava, realmente, no meio de uma crise de ansiedade e sem condições de debater, peguei a receita e comecei a tomar o remédio. Afinal, o TAG pode ser controlado com serotoninérgico, mesmo que o infeliz queira chamar de “fobia social” que, “pasmem”, é uma das possíveis comorbidades do autismo (assim como o TAG e outros transtornos), mas o ‘supra-sumo do revalida em psiquiatria’ decidiu de cara o que eu tenho (assim como o do CAISM, na Vila Mariana, que me mandou tomar sonífero dos mais fortes, porque eu “tenho TAB” – típica atitude de médico do início do século XX – porque ele sequer sabe que o autismo em mulheres gera diversos dianósticos imprecisos ao longo da vida, já que tem muitas características diferentes do autismo em homens, o que torna mais difícil ainda de ser verificado) – e que “não estou no TEA”.

Um cara que usa a frase “em 30 anos de profissão nunca vi isso” como argumento não tem meu respeito. O cara cursou Psicologia (claramente para se entender, aqueles tiques não surgiram “ontem”), fez pós em Jung (e parece que não aprendeu porra nenhuma), daí fez Medicina... levou tempo para fazer a (primeira) especialização (inválida) em Psiquiatria e só conseguiu validar a Psiquiatria dele em 2012... E ME VEM COM A PORRA DE ARGUMENTO DE TRINTA ANOS DE PROFISSÃO? Vai tomar no meio do seu cu, moço!

O que passa na cabeça desses caras de soltar um diagnóstico numa primeira consulta? Será que eles acham que ninguém percebe a desconexão deles com a situação ou a cara de desprezo que fazem enquanto o paciente fala? Vão tomar no cu (de novo), os dois. O residente e o ególatra revalidado.

Pior que o ego dos dois, foi o “doutor revalida” se negar a fazer um serviço meramente burocrático (preencher um formulário que será entregue num órgão público acompanhado do laudo do especialista) e humilhando paciente (não fui a primeira, não serei a última – afinal, o ego ali é gigante e os comentários de pacientes pelos corredores da UBS são constantes).

Esse infeliz, além de estar tentando aplicar Jung em mim (erro dele achar que eu não percebo) e tomar as rédeas do tratamento que a Dra. Fernanda está fazendo comigo, está tentando me jogar no “limbo” de novo. Eu, realmente, não sei com quem ele quer medir forças, se é comigo, por não abaixar a cabeça para a falsa autoridade dele, com a Dra. Fernanda (já que ele é junguiano antes de ser psiquiatra) ou com o Dr. Leonardo. Em qualquer dos casos, a atitude só denota insegurança e incompetência. Recuso-me a voltar para o limbo.

Saber a matéria para passar em concurso público (forma de admissão de médicos pelo IABAS, que administra a UBS que eu vou) não é mérito profissional. Qualquer pessoa que sabe a matéria de uma prova tira nota boa e “passa”, mas isso não é diretamente proporcional à competência/habilidade profissional. Está cheio de juiz dando sentenças ruins porque acham que “sabem tudo” por terem passado em provas teóricas.

“Ser bom no que faz” não é só saber a teoria ou só saber a prática ou só aplicar as coisas “no lugar certo, na hora certa”. Ser bom no que faz engloba caráter, personalidade, habilidade técnica e “jeito”. No caso de pessoas que trabalham na área da saúde, atualmente, você encontra rotineiramente alguns tipos: os incompetentes, os ególatras, os que te tratam feito retardado achando que estão fazendo um “atendimento humanitário” e os que acham que não precisam continuar estudando, lendo, se aperfeiçoando. Os bons estão cada vez mais raros (e nem sempre o mais caro é o melhor, mesmo que o Brasileiro médio acredite nisso) e, no geral, os bons  de verdade não têm problemas de ego.

O mesmo acontece com a área jurídica e na educação. Os três pilares principais de toda e qualquer sociedade estão, pelo menos no Brasil, ruindo... ruídos, rotos, desmantelados. E não há ouvidoria e auditoria que resolvam.


E isso tudo, mais uma vez, reforça a visão de Schopenhauer sobre a arrogância e a prepotência: o prepotente acha que pode e que “é”, o arrogante simplesmente pode e simplesmente é. Dificilmente se vê pessoas arrogantes pelo mundo. Em compensação, está tudo inundado de prepotentes.

Aos arrogantes, meu respeito. Aos prepotentes,minha indiferença (e sarcasmo).


P.S.: Engraçado que o Fábio (um amigo da época de faculdade), numa postagem do Facebook disse “Veri sempre diferente”: agora se sabe o porquê =D (essa observação dele me vêm à mente toda vez que eu faço algo “diferente” para os padrões neurotípicos haha).

P.S.²: Será que se eu fizer uma vaquinha online eu consigo ir no Dr. Leonardo a cada 2 meses? *scratching head*

P.S.³: Vem mais textão por aí.

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