quarta-feira, 15 de abril de 2015

DEPURANDO



De acordo com o dicionário online Michaelis:
depurar 
de.pu.rar 
(lat med depurare) vtd e vpr 1 Purificar(-se), tornar(-se) puro ou mais puro: "Depurar metais, depurar uma opinião. Louvado seja o Senhor que depura os corações com o martírio" (Coelho Neto). Depurou-se pelo trabalho e pelo altruísmo. vtd 2 Limpar: O lavrador ara e depura o campo. O arrependimento depura-nos de intenções culposas. vtd 3 Não apurar os votos obtidos (por um candidato eleito).

Nos sentidos 1 e 2 dados pelo dicionário, o processo de depuração é um tanto quanto complicado quando sai do aspecto físico. É mais fácil fazer uma reeducação alimentar, cortar café ou refrigerante, parar de fumar, de comer doces, etc do que fazer uma limpeza intelectual, moral e emocional. Às vezes, o processo é tão complicado e doloroso, que dá desânimo, uma vontade de parar, de chutar tudo para o alto, gritar "foda-se tudo" bem alto e sair andando sem olhar para trás.

Porém, para conquistar certos objetivos, a mudança deve começar em mim. A depuração é lenta, por mais ágil que seja o pensamento de alguém; autoconhecimento, auto-conscientização, autodidatismo são coisas que levam tempo, e será mais ou menos tempo de acordo com a vontade e o esforço de cada um que se determinar a passar pelo processo,

Eu decidi há mais de uma década. Os primeiros passos seriam "ser mais tolerante" e "ser menos agressiva". Devo dizer: #fail rs... É mais difícil do que eu acreditava que seria. Redução da agressividade é mais fácil que ampliação da tolerância. De qualquer forma, não deixei de tentar. Fui aprender empiricamente, já que, muitas vezes, a teoria serve mais para nos deixar mais loucos do que já somos ou para complicar algo que é simples quando colocado em prática.

Por incrível que pareça, minha PACIÊNCIA está mais dilatada do que quando comecei a me depurar. Leio mais, ouço mais, presto mais atenção, tento mais vezes (o que, para uma pessoa imediatista não é coisa simples), dentre outras coisas. Porém, meu limite de tolerância encurtou a partir do momento que quis "ver de perto" as coisas que, teoricamente, eu não tolerava ou não toleraria. Quis (e ainda quero) eliminar pré-conceitos e estabelecer pós-conceitos. Essa é a minha busca quando foco em "mais tolerância, menos agressividade".

A primeira tentativa ostensiva, para me livrar de um "pré-conceito" ou "conceito por oitiva" foi em 2013. Foram três décadas e meia rejeitando certas doutrinas e ideias (apesar de nunca ter rejeitado pessoas que as seguiam). Me aproximei das pessoas e me fodi (não tem termo que explique melhor). O que antes era apenas uma "teoria" com consequências de ódio, segregação, genocídio, falsidade, mentiras, radicalismo, etc, passou a ser uma "prática". Aprendi muita coisa, li muita coisa, guardei o que era bom para aplicar na minha vida e o que era ruim, eu guardei também, para usar contra aqueles que não enxergam o mal que eles mesmos se fazem e fazem aos outros.

A consequência do meu aprendizado de 2013? Eu conto: o que era pré-conceito ou conceito por oitiva se tornou pós-conceito. PESSOAS confirmaram minhas teorias "preconceituosas" ao invés de "desconstruí-las". Ou seja, além de rejeitar, rechaçar, contestar, me contrapor a doutrinas e ideias, passei a fazer tudo isso com as pessoas. Redução do limite de tolerância, afastamento, "desprezo", fingir que estou escutando enquanto mentalizo ♪♫ Because I'm happy, clap along if you feel like happiness is the truth ♫ ♪. Infelizmente. Excluí pessoas do Facebook e da vida. Mais de 800 pessoas que, antes das minhas experiências práticas de convivência com pessoas que tinham o mesmo modo de pensar e de se comportar, eu achava legais. Achava. Não acho mais.

Existem tradições, regras e parâmetros que não necessariamente precisam ser quebrados, desconstruídos, desrespeitados para que as pessoas em geral possam ser felizes ou viver plenamente. Muitos se queixam da existência do governo, criticam PESSOAS ao invés de criticar métodos, critérios, etc e a grande maioria critica, mas não apresenta uma solução que preste, que possa ser realizada. Não é de hoje para amanhã que instituições estatais e o próprio Estado vão desaparecer. Não adianta quebrar para chocar, ou gritar para ser ouvido. Todo mundo para de prestar atenção em determinado momento, porque se torna repetitivo, cansativo e não está se revertendo em nada produtivo, útil ou benéfico ao POVO, e não só a quem reivindica.

Ex: "Queremos passe livre, passe livre já". Legal. Ótimo. Lindo. Para ter passe livre é preciso ter ônibus. Para que queimar ônibus se o Estado não usa transporte? "PM assassina, PM fascista, só mata preto e pobre na favela". Ok, então, para parar de matar na periferia, vamos levar a favela para o centro, assim a PM mata por lá também? A PM não é como certas parcelas da sociedade dizem. Ser respeitado pela PM não é privilégio de uns e outros. Ser respeitado pela PM é algo corriqueiro para quem vive sem querer quebrar regras, tradições e parâmetros que não prejudicam ninguém. Outro: "Somos contra a PL 4330" e param vários pontos da cidade, em horário comercial, impedindo que as pessoas cheguem a seus trabalhos no horário, causando problemas a quem precisa viajar ou ir a uma reunião ou levar alguém ao hospital. É de muita inteligência mesmo prejudicar o trabalhador para não prejudicarem o trabalhador, não é? rs

Aprendi que tem muito mais gente mentirosa e sem caráter no mundo do que as pessoas pensam. Aquela coisa de "Brasileiro é um povo de coração bom" É MENTIRA. Brasileiro é burro e filho da puta. Pelo menos, ficou assim depois da "redemocratização" (aliás, que redemocratização de merda, não é mesmo? Os militares eram tão ruins que, na época das manifestações pelas Diretas Já vivíamos sob a "ditadura militar" e tudo correu muito bem e o objetivo foi atingido... e eram os militares que comandavam o Brasil... vejam agora, com essa "democracia" instituída de FHC em diante, quando os reais defensores do povo - e o próprio povo - foram enfraquecidos e o Estado ganhou força, está uma maravilha! #sqn).

Não dá saudade de ir para a rua e conquistar um objetivo real?
Esses manifestantes da atualidade NUNCA vão conseguir uma conquista dessas. Existem "métodos" e "métodos"... já ficou claro que os métodos ATUAIS não dão colheita de bons frutos. Afinal, em 2013 a passagem caiu 20 centavos de Real e o IPTU foi aumentado em 45% e, um ano e meio depois, ao invés de subir 20 centavos, a passagem subiu 50 centavos. Parabéns, manifestantes, vocês não conseguiram nada de bom, pioraram a situação de boa parte da população e a única coisa que fizeram foi passar vaselina na bunda de todo mundo (desculpa, mas se eu não falasse isso, falaria coisa pior), como se fosse "doer menos".

Viram? Meus pós-conceitos aumentaram e, com eles, minha intolerância... ou minha seletividade. Afinal, minha vida não é um saco preto para que eu a encha de lixo.

Agora estou TENTANDO conversar com algum muçulmano inteligente que não seja "revertivo" para que me tire algumas dúvidas. Até agora, os que tentei me aproximar/conversar ou eram radicais demais, ou não permitiram aproximação, ou tentaram me convencer a me tornar islamita porque "é muito bom". Testemunha de Jeová e vendedor de Jequiti comigo não dá, não rs. Estou quase desistindo, sem eliminar pré-conceito/conceito de oitiva e sem formar pós-conceito nenhum. E se não conseguir eliminar as dúvidas, vou criar porcos e fazer chover bacon pelo mundo rs (em outras palavras, ignorar e/ou revidar em caso de agressão de algum tipo, que é o que já tenho feito).

Ah, sim. Lembrei de um detalhe sobre algo que está em voga nos últimos tempos e se refere ao assunto do parágrafo anterior. Sou descendente de mouros (muçulmanos) e judeus. Exercendo minhas liberdades de pensamento, expressão e escolha, sou pró-Israel. Sempre fui pró-Israel e, por isso mesmo estou tentando "ouvir o outro lado", através dos próprios muçulmanos e não dos seus "defensores". O lado ruim disso é que, normalmente, não obtenho resultados, nem bons, nem maus. Simplesmente, não há resultados (enquanto isso, os judeus estão sempre dispostos a uma boa e respeitosa conversa, o que está me ajudando a estabelecer pós-conceitos sobre eles).

Existem outros aspectos em que também estou me depurando. Mas, são pessoais e eu não sou do tipo que expõe a privacidade, a não ser em casos extremos. Afinal, o que acontece entre as "minhas" quatro paredes, só diz respeito a mim. E, está aí outro ponto interessante: as quatro paredes alheias não me interessam se 1. eu não puder ajudar e/ou 2. se não disserem respeito a mim, em algo importante. Exposição de privacidade é algo que incomoda, porque eu não faço para os outros o que não quero para mim e cada um tem sua própria vida, não há necessidade de ficar esfregando as coisas na cara dos outros. Isso gera mal-estar, constrangimentos, raiva/ódio e distanciamento entre as pessoas. Se cada um vive sua vida (responsabilidade individual) e faz a sua parte sem prejudicar ninguém direta ou indiretamente (responsabilidade coletiva) todo mundo vive melhor, sem vitimismo, sem coitadismo, sem sequer lembrar de coisas como cor de pele, quantidade de dinheiro na conta bancária, ou que uso faz da própria anatomia, porque essas coisas, definitivamente, não são importantes em relações HUMANAS.

Na prática, além dos objetivos embutidos na depuração, tenho dois objetivos práticos para a vida. Nenhum dos dois depende só de mim e, ficar de mãos atadas e impossibilitada de resolvê-los "logo", é torturante. Ainda assim, aproveito a "atadura" para depurar outros aspectos da minha (bem complexa) personalidade, já que caráter é algo que se tem ou não se tem e é bem preto no branco. Todos os "tons de cinza" são da personalidade e é esta que precisa ser "remediada" na maioria das vezes (no caso de quem tem caráter, porque, para quem não tem, "defeitos" não fazem grande diferença rs).

Esgotei minha disposição. Tem outros mil pensamentos aparecendo e não quero misturar assuntos aqui. Só deixo a pergunta: você, que me critica, me odeia, me inveja, me abomina, que quer me ferrar ou só me ver ferrada, está se depurando ou continua a mesma merda de sempre? =D

Até.

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