segunda-feira, 22 de agosto de 2011

UM BRINDE AO FRACASSO!

fracasso
fra.cas.so
sm (der regressiva de fracassar) 1 Som de um corpo que cai; estrépito. 2 Ruído de uma coisa que se parte. 3 Ruína, desgraça. 4 Insucesso, mau êxito. (Michaelis Online)



Um brinde ao fracasso! Ao MEU fracasso. Fracasso como filha, como advogada, como amiga, como mãe. Fracasso, daqueles bem derrotistas mesmo, sem nenhuma perspectiva positiva ou esperançosa. Mas, não é de se apavorar, esse derrotismo é passageiro. Vai durar o tempo do litro de champagne que tenho ao meu lado, do post ou, num aspecto "pessimista", vai durar as horas que eu dormir.

Meu fracasso como filha, ao meu ver, obviamente, o que não exclui a visão de quem está de fora, advém do simples fato de eu não santificar meus pais. Os honro e respeito, e "ai de quem" se atrever a falar mal deles. Contudo, como filha, e somente depois que meu Pai faleceu em 1997, passei a ver minha Mãe como SER HUMANO antes de qualquer coisa. O que eu quero dizer com isso é: "faça aos outros o que você quer que façam para você", "quem planta vento, colhe tempestade" e "quem bate como homem, apanha como homem". Ou seja, independentemente de grau de parentesco, afinidade, amizade, hierarquia, etc, se uma pessoa não se dá ao respeito como ser humano e quer simplesmente usar de um "poder maior" (que não lhe foi conferido, já que super-heróis não existem), recebe o mesmo tratamento que me dá.

A todos os que me tratam com educação e respeito, vão receber o mesmo de mim. Se eu perceber que há "interesse demais" ("puxa-saquismo", seja lá porque for), sarcasmo, ironia ou prepotência, certamente a pessoa receberá cada uma dessas coisas em troca. Se houver paixão, well... já não posso dizer que darei isso em troca, porque a paixão imbeciliza e eu não gosto mais de me sentir imbecilizada. Amor, para ser bom, deve ter sua quota de razão e, se não tiver razão é paixão, portanto, não se adequa mais a mim.

Creio que muitas mães e, talvez ou provavelmente até mesmo a minha, ficariam decepcionadas comigo nesse sentido. Todos têm defeitos e, sendo mãe e pai não há "ctrl + alt + del" ou "format C:" que resolva o problema. Os pais são a primeira oportunidade que temos, na vida, de aprender a decidir e decidir o que é bom para NÓS ou não, e não para terceiros. Uns aprendem rápido, outros demoram mais. E, muitas vezes, não é por preguiça de análise ou por "burrice", mas simplesmente pelo fato de serem tolhidos até mesmo de emitirem opiniões com juízos de valor diferentes daqueles emanados por "Vossas Santidades, Os Pais".

Enfim, quanto mais vivo, mais vejo a mim e aos demais como SERES HUMANOS e, para alguns, isso é um defeito terrível que, somente cortando a mão, a língua ou fazendo lavagem cerebral pode ser corrigido rs. Assim, encare seus pais como seres humanos e tenha seu fracasso garantido, ou seus sonhos de volta.

Meu "fracasso" como advogada... De que adianta saber muito e saber fazer muito se você não pode transmitir e/ou aplicar esse saber? Viver à sombra de outras pessoas, contando que um dia a promessa de "sucesso" (quem conhece a história sabe o sentido dessa palavra e, agora, não é o momento de relembrar esses fatos) iria se concretizar, definitivamente é a PIOR escolha profissional que alguém pode fazer. Enfim, prefiro não discorrer muito sobre isso, mas, alguns novos acontecimentos estão me dando vontade de fazer o tal mestrado requerido para poder lecionar Direito do Trabalho. Tanto dinheiro gasto alguns anos atrás com coisas tão divertidas, mas tão inúteis, que eu poderia ter utilizado pro "tal mestrado" que, na época, não fazia a mínima diferença para ser um docente. Hoje faz e eu perdi tempo, ou seja, GALERA, TO CHORANDO O LEITE DERRAMADO =D. Mas estou prestes a consertar isso. Enfim, ao menos como estudante eu sei que nunca fui um fracasso. Habilidade para ser colocada em prática novamente e, em parte, já está, com a nova faculdade... mas ela também não vai me dar licenciatura para lecionar Direito do Trabalho rs.

Meu fracasso como amiga se resume em duas palavras: EU SUMI. Sei que é feio, mas... recíprocas podem ser verdadeiras. (Minhas palavras estão se tornando um tanto quanto ácidas ou é impressão minha? rs)

E o pior de todos, o fracasso como mãe. Devo dizer que quando me diziam que as mães querem que seus filhos sejam perfeitos, é verdade. Aceito e aprendo a lidar com as imperfeições da minha filha, auxilio como posso e como sei na resolução de todo e qualquer problema que ela me apresente ou que apresentem a mim e seja relacionado a ela, estou presente da melhor forma possível, brigo com Deus e o Mundo para defender minha filha e, notem, só não estou dizendo o nome dela agora porque sei que tem uns gringos stalking my blog e não pretendo que o nome dela seja divulgado nos 5 Continentes (conheço umas pessoas malvadinhas em todos eles).

Mas todo esse "desejo de perfeição" e todas as melhores ações e intenções não têm sido suficientes para desfazer o nó e colocar as coisas no lugar dentro da cabecinha dela, principalmente depois do espancamento na escola no final do ano passado e do "retorno" do contribuinte genético. É ele voltou na época do aniversário dela em 2010, todo "solícito" (claro que, quando se fala em dinheiro, essa solicitude desaparece como que por mágica). De lá para cá, não chegamos a entrar em atrito, mas notei que ele ficou muito desgostoso quando relembrei os velhos acordos monetários a respeito das despesas da criança.

De qualquer forma, o que vem ao caso é: a sociologia nos diz que o homem é produto do meio em que vive; o senso comum nos diz que "certas características são genéticas". Se mentira, falta de caráter, dissimulação, ausência de valores morais e sociais forem genéticos, eu definitivamente sou um fracasso como mãe e como contribuinte genética. Por quê? Simples: eu e o pai somos um o extremo oposto do outro. Eu quero preto no branco, ele quer do jeito dele. Eu quero comunicação, ele quer silêncio e isolamento. Eu me preocupo, ele sequer se importa. Eu amo, ele... vai saber o que o indivíduo sente?

A pequena está desenvolvendo muitas características dele do final do ano passado para cá, tem dado problemas na escola, tem mentido, escondido bilhetes da professora, ficou de recuperação em matemática (Gustavo Miranda, se você estiver lendo, isso não é genético...eu ia bem de matemática na 3ª série rs), não faz as pesquisas e trabalhos que a escola determina, anda respondona comigo e com a minha mãe... sinceramente, às vezes a velha "psicologia infantil da Tia Mara" (chineladas na poupança, sendo Tia Mara a ex-diretora da escola em que estudei no Primário e Ginásio, ou, se preferirem uma linguagem mais moderna, os Ensinos Fundamentais I e II) ainda deve ser o melhor remédio.

O estranho é, quando uma pessoa aplica a "psicologia infantil" num filho, a tendência é o filho aplicar no neto. PORÉM, quando o filho aplica no neto, a pessoa ainda quer aplicar no filho? Ok, caímos no meu fracasso como filha.

Sinceramente, o Nilton está certo. O fracasso é a pior sensação que o ser humano pode ter. Então, VIVA o fracasso, pois sem ele não daríamos a mínima importância ao sucesso.



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