quarta-feira, 10 de junho de 2009

PAVIO LOOOOONGO

Hoje é mais um daqueles dias que eu poderia falar sobre "trocentas" coisas, só estou decidindo por qual delas começar. Talvez, falar a respeito dos pensamentos na ordem em que aconteceram seja uma boa.

Um mês, um mês e pouco atrás, uma sucessão de pequenos fatos fez com que aquele meu velho "senso de reconhecimento de caráter" me alertasse pra algumas coisas. Ele me fez perceber o quanto os seres humanos "adultos" (qualidade que deveria levar em conta o amadurecimento, mas neste caso trata-se apenas de acúmulo de idade) são inseguros quando não deveriam ser.

Não posso dizer que "revivi meu passado", mas revi um filme antigo que parecia estar sendo refilmado. Sei que as pessoas entram na vida da gente com um propósito e cabe a nós sabermos qual é. Um tempo atrás, ouvi que "precisava ter mais paciência com a Isadora e mais confiança nela e em mim". Achei estranho ouvir isso, já que as coisas pareciam estar indo bem. Só pareciam. A Isa, apesar de estar "boazinha" em casa, estava me dando trabalho na escola (não só a mim, como à professora e à coordenadora da educação infantil também) e eu estava praticamente sem saber o que fazer.

Comecei, então, a prestar atenção no que se passava à minha volta e percebi o propósito de uma das pessoas que tinham "surgido" na minha vida. Percebi que o propósito do surgimento e da permanência (provavelmente temporária) dessa pessoa na minha vida era me mostrar algumas coisas que melhorariam as coisas com a Isa, além da minha autoconfiança latente.

Triste foi a forma que a pessoa mostrou isso. Um adulto inseguro DEMAIS, que não sabe o lugar que ocupa no coração das pessoas, que precisa chamar atenção como se não houvesse mais ninguém por perto ou como se todos os que estavam, quisessem ou fossem obrigados a notar sua presença e ouvir suas palavras (muitas vezes ditas de forma ou em tom de voz inadequados à situação).

Enfim, há algum tempo eu não sentia vergonha alheia, mas acabei sentindo, por vários dias. Triste, bem triste, porque, afinal, eu "era assim" quando estava saindo da adolescência. O medo de não ser aceita, o medo de passar por preconceitos, o medo de alguém falar mal dos filhos, o medo de "não dar conta do recado", a necessidade de fazer dos filhos um espelho que nem reflete tanto assim a própria realidade, a carência de atenção, de grana, de pessoas que ouçam o que você diz e sigam o que você pensa... pelo que notei são muitas as circunstâncias que influenciam um ser humano a ponto de fazer com que ele "faça feio" quando quer fazer bonito.

Essa situação teve tanto o seu lado bom quanto o mau: o bom foi a melhora da Isadora ante a mudança na forma das atitudes minhas e dela, e também saber que alguém que sabe e entende o que eu vivo pode me ouvir de vez em quando (é péssimo você falar com quem não conhece efetivamente uma realidade... a pessoa sempre dá uma "viajada" e sempre acha a situação "mais simples do que parece"); o lado mau foi saber, em pouco tempo (o "pouco tempo" é a parte boa da parte ruim), que a pessoa achar que me manipula e que pode ser oportunista, além de se achar no direito de ficar brava quando toma um "não" (mesmo que o não tenha sido acidental)... De qualquer forma, sou grata por ter visto os 2 lados, assim me lembro de aprender coisas novas e de não esquecer que todo mundo tem defeitos (até meus amigos rs).

Só sei que fiquei chateada por ter percebido que a pessoa não é quem se mostrava ser e que parece ter vergonha ou qualquer coisa desse tipo de ser quem é, de viver como vive. Mais chateada ainda pelo fato dela não conhecer seu lugar no mundo (dela e de quem lhe cerca) e de ser insegura ao ponto que é em relação às coisas do cotidiano. Essa situação me fez lembrar da tia Léa querendo que a Fabíola fosse a melhor do mundo em tudo... quase a Isa ia começar a passar pela mesma história ridícula de competição: o que o filho dos outros faz ia estar sempre bom, mas desde que a dela fosse a melhor naquilo que os outros são só "bons" mesmo. Dei um jeito de cortar. Aprendi o que era pra ser aprendido e "sutilmente" mudei a situação.

Umas duas ou três semanas depois disso, o contribuinte genético deu o "ar da graça" com as indecisões e com o velho mau hábito de acreditar que a filha está à disposição dele. Queria começar a resolver as coisas por telefone de novo: pasmem! Depois de altos canos dados na menina por não ligar, por dizer que vinha e a largava esperando, por afirmar que não se interessa pela vida dela e insistir que a menina tem que aprender, aceitar e gostar das coisas que ele faz e como faz essas coisas, ele acha que tem o direito de ligar e dizer "estou passando aí tal dia". Faça-me o favor né! Foram 2 dias (que pareceram duas décadas) de "discussão" por mail. Na visita mais recente (que já deve fazer 1 mês, depois de não ter aparecido por uns 2 ou mais), ele parecia um maltrapilho. Cabelo sujo, roupa encardida e ensebada, chacoalhando a cabeça de um jeito estranho... e a Isinha aflita, querendo pegar a Gata a qualquer custo pra não ficar sozinha com ele (e eu atenta a tudo atrás da porta do meu quarto enquanto deixava as madeixas lisas). Ela não queria nada dele ao que parecia. Não pegou brinquedo, não se ouviu a menina contando nada da escola pra ele e muito menos ele perguntando qualquer coisa. O que se ouviu foi a Isa comentando que a Gata tinha esquecido dele porque nunca mais ele tinha vindo aqui (!!!) e ele resmungando que "se ele não está bem ele prefere não vir".

Se for pensar em "estar bem" ou não, eu deveria ter mandado a Isa pra adoção "temporária"... quanto e quanto tempo eu não fiquei mal, ahn? Até parece que pai e mãe têm o direito de "fugir" dos filhos e da responsabilidade de educá-los e criá-los de forma digna e decente. Tem coisas que não dá pra acreditar, não dá pra conceber.

Só sei que a Isa detestou o que viu. Disse que o pai estava feio e chato. E, uma semana depois disso, o cara se acha no direito de exigir que eu atenda telefone pra ele marcar visita de última hora e atrapalhar todo o final de semana da gente. Digo atrapalhar pelo simples fato de que durante uns 4 anos e meio, eu não marcava nem inventava nada de fds pra ele poder vir ver a menina "se quisesse". Quantos e quantos fds ele não veio e não ligou e quantos outros mais ele ligava na sexta no sábado à noitão pra dizer que vinha aqui na manhã seguinte? A Isa perdeu vários passeios de fds por conta da atitude dele e um "belo dia" eu decidi que ele não ia mais bagunçar a vida dela. Foi então que falei pra ele marcar a visita por e-mail, até quinta de manhã, porque depois disso a Isa já teria coisas programadas.

Parece que ele não acreditou e resolveu que a coisa tem que sair do jeito dele e não do jeito que tem que ser. Qual o jeito que tem que ser? Eu digo: tem sábado letivo na escola e a Isa não pode faltar; tem provas mensais e bimestrais para as quais a Isa precisa estudar; tem um monte de filmes no cinema que ela quer assistir (até Anjos e Demônios, pra vocês terem uma idéia das coisas que ela gosta/presta atenção); tem livros novos que ela pediu e ganhou pra ler; tem feirinha da Paulista e do Center 3 pra passear; casa de bisavós e padrinhos pra visitar. Vocês acham que eu vou permitir que ele, efetivamente, altere a vida dela por conta da vontade dele? Já basta a ausência voluntária dele. Ele tem, como qualquer pessoa, o direito e os momentos dele pra ver a Isadora. Porém, ELA tem o direito e os momentos dela de viver a vida e cumprir as responsabilidades que são dela, próprias da idade dela.

Num dos e-mails, disse pra ele que a Isa não gostou do que tinha visto na última visita. A resposta foi: "sou assim e não vou mudar". Então tá né! Se ele "é assim" (matrapilho e adorador de chacoalhos estranhos de cabeça) e não vai mudar, sinto muito. A Isa é asseada, vaidosa, tem compromissos a cumprir e isso não vai mudar também. Afinal, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é (ou o que afirma ser).

Obviamente a discussão por e-mail não levou a nada, como qualquer discussão, sobre qualquer assunto, em qualquer circunstância, com o Gustavo, nunca leva a nada. Eu ainda preciso terminar de aprender que a preocupação e os cuidados com a Isadora, nesta vida, vêm de duas pessoas: eu e minha mãe. O resto, acha bonitinho, fala o que pensa, acha que pode fazer o que quer, se ofende com alguns nãos, mas NINGUÉM, NINGUÉM "mete a mão na massa" pra ajudar efetivamente, porque efetivamente se preocupa com ela e não com o próprio umbigo. Ah, sim: a Patrícia (professora) e a Rose (coordenadora) têm sido ótimas com a Isa, como a Fernanda (professora de 2008) foi. Mas a preocupação "profissional" é completamente diferente da preocupação "pessoal". Não é desmerecer ninguém, é simplesmente constatar que são preocupações diferentes apesar de serem generosas (= não egoístas e não egocêntricas).

Quando as pessoas conhecem a fundo os papéis que desempenham na vida de uma criança e na formação da personalidade de um ser humano em desenvolvimento, não existem mal-entendidos (o hífen sumiu disso? o plural correto seria "males entendidos"? rs). Quem tem consciência do que é colaborar e trabalhar para a formação de uma pessoa digna, responsável, honesta, decente, educada, etc etc etc, quem conhece seu papel, não faz feio. Pode errar sim, porque somos todos humanos, mas sabem que não têm motivo (nem razão) pra agir de forma que não seja o bem da criança. É assim que as coisas são e é assim que elas tem que ser. E, no fim, alguém sempre tem que fazer o serviço sujo de ficar atento a quem e ao que pode ser prejudicial a essa boa formação e FILTRAR quem e o que vá ou possa fazer algum mal ou acarretar prejuízo à criança. Não sei se feliz (pra Isa) ou infelizmente (pra mim), esse papel (dentre outros) coube a mim. E vou fazê-lo até que ela ande sozinha.

Dois dias depois dessa, sem eu sequer ter tido tempo pra respirar, numa tentativa de melhorar as coisas, elas acabaram piorando ainda mais. Há meses estou pra receber honorários de uns processos do Rubens. Há meses não estou recebendo. Há meses existe a afirmação de que "estou descontando as assistências médicas". Gente, eu não sabia que empregador era banco (apesar de bancos serem empregadores). É banco que joga com o dinheiro da gente (mais do que deveria), mas patrão não tem o direito de fazer isso. Não recebi. Peguei pra acompanhar os processos em que o Rubens foi nomeado e eu fiz os laudos. São mais de 30. Cinco deles não consegui acompanhar e 23 (sim, 23) tem notícias de alvarás, guias de depósito, transferência de valores, mas não constam como recebidos na minha listagem.

Liguei pro meu avô pra pedir a ele que conversasse com o Rubens, já que o cara resolveu gritar comigo no final do ano por causa de assistência médica, sendo que em setembro havia recebido um processo que eu fiz e não havia repassado meus 25%. Fiquei fula e quem está por perto sabe a atitude que tomei, o que dispensa maiores comentários. Não falei com o Rubens pra não ouvir grito sem razão de ser, acabei ouvindo merda sem razão de ser do meu avô.

Ele está enciumado (ou sei lá eu o que) de eu estar trabalhando em mais um lugar que não é o escritório dele; acha que eu tenho "obrigação" de aturar desaforo e desonestidade de gente incompetente que eu não confio; acha que me "financiou durante todos esses anos"... mas se esquece que são 8 anos de economia em INSS e FGTS. Mas parece que lesar legislação trabalhista e direitos do trabalhador, pra ele, não significa nada com tudo o que ele disse. O resultado foi ele bater o telefone na minha cara e não fazer absolutamente nada pra ajudar naquilo em que foi solicitado (depois me diz e diz aos 4 ventos que sempre ajuda todo mundo e nunca quer nada em troca: aham! Tá! Agora conta a do português pra ver se tem graça!).

Além disso, óbvio que minha avó não consegue (ou não quer) enxergar a realidade das coisas e acha que o Rubens é "muito bonzinho" e que ela "duvida que ele tenha gritado comigo". Aham! Tá! Agora mais uma do português, por favor! Falou tanta bosta pra minha mãe, insinuou que a Isadora foi um grande erro na minha vida (principalmente por eu não ter casado com o Gustavo e não ter me sujeitado a comer merda "em nome da moral e dos bons costumes", pra "família" não passar "vergonha" de ter uma mãe solteira como integrante).

Não é que a cara de pau foi além? Ligou em casa na quinta pra saber a hora que a Isa ia dançar. Pelamord né! É outra que pensa NELA, em quando ELA quer ver a Isa, em quando ELA acha que a Isa quer ou precisa de alguma coisa. Pqp! Tudo bem, pavio looooooooooooooongo desta vez. Sexta avisei do horário. Sábado eles apareceram. Se estivéssemos na Índia, poderíamos dizer que tinha gente arrastando o nariz no chão do mercado, e não éramos eu e minha mãe, não.

Eis que surge a frase mais cara de pau do universo: "tem impugnações pra você responder". Puta que la mierda! Eu desfaço cagada do Rubens, do Norton, do Luciano, do Cristiano, etc e NIGUÉM pode responder uma impugnação de alguma coisa que não vai ter que ser consertada? APAAAAAAAAAAAAAAAAAputaquepariu! Me rebelou, mas respirei e respondi "e laudos?". Eu quis dizer que impugnações não me interessam. A pessoa que ele confia, que ele escolheu como sócio e que ele sujeita os outros às besteiras, está lá, dentro do escritório dele, como sócio dele. Se o cara é tão competente e tão bom, porque não responde às impugnações de alguém que ele financiou por tanto tempo? Estou, definitivamente, sem paciência.

Minha sorte são os identificadores de chamada. Atendo quando e se quero o telefone e, garanto que nesse caso, não estou atendendo. Corri de confusão e estresse por muito tempo e agora que consegui, não é insegurança e ciúme alheios que vão me fazer sair da minha paz. Se eu fico nervosa? Óbvio, né? É meu dinheiro que está indo pelo ralo (da reforma da casa dos outros) e minha paciência que tem que se duplicar quando já está por um fio.

Gosto de fazer laudos, mas também gosto de receber pelos laudos que faço. O que dependeu do meu avô, até hoje, me foi pago. Mas e o sócio dele? Eles dividem tudo a 50%, de forma que 50% da irresponsabilidade do outro é do meu avô também. É f*** viu.

Dá pra notar que acabei voltando ao ponto da primeira parte do texto? Vocês conseguem ver que é muito feio e complicado lidar com pessoas "adultas" (pela idade cronológica) inseguras e que não conhecem seus lugares no mundo? Dá pra notar quantas besteiras as pessoas fazem por não conhecerem seus lugares pessoais e profissionais nos mundos a que pertencem? Digam-me quantos malefícios as ações de pessoas assim podem gerar a elas e às pessoas que elas "dizem" que amam, que se importam, que gostam? (Imagine que malefício pros próximos acaba sempre se tornando benefício do "inimigo" ou adversário... e acho que isso acaba ferrando mais ainda as idéias dos inseguros e "perdidos").

(Obs: Não citei o que aprendi de bom e de ruim com as duas últimas situações por 2 motivos: 1. creio já ter esgotado minha fonte de aprendizado nessas situações; 2. estou tão brava que prefiro não ficar pensando muito pra saber se esgotei ou não a fonte de aprendizado nessas situações.)

O interessante é que, principalmente nas duas primeiras situações, eu pensei "já fiz isso" ou "já fiz algo parecido com isso" ou "já passei por isso ou coisa bem parecida" e percebi que eu também já não soube meu lugar nos meus mundos (pessoal e profissional) e eu também já fui insegura ao ponto de fazer as coisas que foram feitas pelas pessoas que citei no post.

Hoje, sei que tenho a quem agradecer (e agradeço dioturnamente - ou diuturnamente?) e sei que muita coisa dependeu de mim, se é que não foi "tudo" (incluindo os ouvidos livres e a cabeça limpa pra ouvir tudo o que me foi dito, assimilar e aplicar na minha vida). O que me deixa mais passada é o fato de que se eu, tão "imperfeita", tão "errada", tão "nervosa", tão "insegura", tão "prepotente e arrogante", tão "indecisa", tão "medrosa", tão "irresponsável", tão "egoísta", tão "brincando de Deus", tão "teimosa", dentre tantos outros defeitos que já foram usados pra me qualificar, consegui melhorar, progredir e evoluir como pessoa, essas pessoas que são tão "boas", tão "perfeitas", tão "incompreendidas" já poderiam ter evoluído muito mais que eu não é mesmo?

Como é bom não ter espelho em casa e ter um monte de umbigos pra poder prestar atenção e descer a boca! rs

Só pergunto uma coisa: você, que está (está mesmo?) lendo, SABE SEU LUGAR NOS SEUS MUNDOS?

Bjo.

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