... ou, pelo menos, deveria ser.
Hoje eu tinha tirado o dia pra trabalhar em casa. Aliás, isso é o que eu tenho feito desde quinta à tarde. Fiz, por baixo, dez processos, entre laudos e impugnações. Hoje, dia útil, no qual eu deveria estar trabalhando, o cansaço físico me pegou. Se faz mal? A mim, nenhum (o percentual DESSES processos, SEMPRE chegam na minha mão). Então, resolvi fazer outras coisas.
Primeiro, saí pra comprar uma luminária nova pra escrivaninha da Isa. Coitadinha, usava a luminária que EU usava quando ainda estudava no Mackenzie. A tal luminária foi aposentada por excesso de uso descuidado. Três mudanças de residência, anos e anos de uso diário e váááários tombos, fizeram, desta vez, que os fios se soltassem dentro da caixinha soldada de metal em que tudo deveria funcionar. Os riscos, as marcas, o "encardido" dos anos no material plástico da luminária não foram nada perto desse lance dos fios. Pior que eu não consegui arrumar. Ô tristeza. De quem veio essa (meu Pai) não vem outra. Mas tudo bem. Comprei uma nova pra Isa. Prateada e preta, toda "mocinha". Quero só ver a cara dela quando ela chegar. (Só saí correndo pra comprar hoje porque ela tem que estudar pras provas globais: são três matérias amanhã e quatro na quinta feira! Dó!)
E, então, fiquei pensando numa "descoberta" (inútil, claro) que fiz hoje pela manhã (e que me fez - e ainda está fazendo - destilar algum veneno). Meu sarcasmo atacou, mas não como era antes. Não senti aquele "vvvvvvvuuup" vindo da boca do estômago enquanto a destilação acontecia. Senti, realmente, NADA. Tipo, escrevi o que vinha da cabeça, mas nada passou pelo caminho de alguma emoção. Eu AINDA acho estranho me sentir indiferente ou neutra. Nunca "fui" assim e agora, com todas as mudanças que aconteceram, "estou" assim e ainda não me habituei (apesar de todos os benefícios que esse estado de indiferença me trouxe e está me trazendo).
É claro que essa "indiferença" tem limite. Eu não ligo pra pessoa, pro que ela faz, pensa, sente, come... mas me deixa extremamente curiosa o fato de certas atitudes ainda serem tomadas com base nas minhas coisas, na minha vida. Essa pessoa é PASSADO pra mim e está no lugar dela. Láááá atrás. Mas, eu ainda não fiquei no lugar que deveria pra ela, porque eu não sou novela, mas ela está me acompanhando.
Isso me intriga. Eu fui tão "errada", tão "sacana" e todo mundo sabe que quando alguém dá uma mancada, vai acabar dando outra, então POR QUE EU, se eu "certamente" vou dar mancada? Hoje passou pela minha cabeça que as ligações que acontecem a cada quarenta e cinco ou sessenta dias, essas "visitas" (virtuais) ao "meu mundo", essa curiosidade das pessoas em relação ao que eu estou vivendo, passando, com quem estou ou deixo de estar, se eu estou ou não com alguém (do sexo oposto), se eu tenho ou não dinheiro pra pagar contas, sair, brincar de consumista, dentre outras coisas, podem representar:
1 - Saudade ¬¬
2 - Inconformismo (de eu estar vivendo minha vida "muito bem, obrigada", de nunca ter tentado uma aproximação, de nunca ter falado mais nada, de ter parado de "provocar" e aceitar provocação, de ser indiferente com as pessoas super "honestas, maduras e centradas" da família da pessoa e também com o que acontece com elas, etc)
3 - "Mera" curiosidade (gerada pelo inconformismo, talvez?)
4 - Orgulho ferido (por estar se sentindo uma merdinha de mosca depois de ter se achado imprescindível =D ... ai, não resisto ao sarcasmo que me diverte)
5 - Raiva (querendo me ver no fundo do poço)
6 - Inveja (porque eu sou ocupada, responsável, inteligente, alta, bonita, gostosa, tenho olhos verdes, cabelos que ficam do jeito que eu quero conforme o dia e a ocasião, independente financeiramente - sim, eu sou! - elegante, tenho bom gosto e enxergo anos luz adiante? =D)
7 - Outros (estou com preguiça de pensar em outras razões pra essa pessoa continuar "vigiando" minha vida - como pode ahahahaha)
Já sei que, no item 6, vocês estão pensando ironicamente "é modesta também". Explico minha forma de pensar com o seguinte raciocínio: quando a gente se conhece BEM, somos REALISTAS, independente dos defeitos e qualidades que possuímos. Além disso, os hipócritas costumam ser modestos (e camuflar o ego inflado). E, tem mais: os incompetentes costumam ser humildes (lobos em pele de cordeiros) e prepotentes (falam muito e não fazem nada, já que não tem poder e força interior). Arrogantes são os que PODEM (podem no sentido de ter PODER de realização, de atingir objetivos sem pisar em ninguém, de serem melhores que os outros e não esconderem isso de ninguém).
Ou seja, não sou hipócrita e, ainda por cima, sou arrogante. Arrogância não é defeito, porque ela não usa a humilhação como "arma". A prepotência é um defeito, e um dos mais graves. Normalmente os prepotentes são orgulhosos, invejosos, incompetentes, com pouco poder de persuasão (quando têm), pouca cultura, pouca educação (formal e familiar) e um conceito distorcido de "berço". O arrogante tem berço, educação, cultura e, normalmente, é bonito (ou, no mínimo, charmoso) e cheira gostoso! ahahahahhahaha...
Tudo bem vai... estou sendo venenosa, sarcástica e estou me divertindo falando mal dos outros, eu admito! Porém, sei que quando este post terminar, tenho o PODER de voltar ao meu estado de contemplação e indiferença. Escrevo essas coisas porque gosto de filosofia (seja barata, de botequim, clássica, clínica, etc) e os seres menores me dão motivos pra filosofar enquanto fabrico e destilo meu veneno, e me divirto com meu sarcasmo.
(Estão vendo como sou arrogante? Posso me sentir como eu quero, quando eu quero ou acho que devo! Isso é o máximo! ahahah Estou brincando. Sou arrogante porque aproveito tudo o que posso aprender pra me tornar uma pessoa melhor. Sou arrogante porque tenho o poder de me por à prova e me resolver sem viver a vida de outras pessoas. Sou arrogante porque sou independente financeiramente - mesmo com tropeços - e sou bem resolvida emocionalmente: sei o meu lugar no meu mundo e no mundo das pessoas que amo. Sou arrogante porque POSSO. Posso fazer tudo o que desejo e preciso e posso assumir as consequências desses atos. SER ARROGANTE É UMA DELÍCIA. Vocês deveriam experimentar conhecer seus limites, terem consciência de si mesmos, não terem vergonha do lado "obscuro" que todo mundo tem e serem arrogantes por terem esse poder! Eu aconselho!)
Enfim, ao que me lembro (é... do passado a gente lembra, mas não vive dele) é essa coisa da "prepotência" (da pessoa) vs (a minha) arrogância que gerou vários problemas. Eu não tenho culpa de ter bom caráter e personalidade forte, de pensar com a minha própria cabeça, de tomar minhas próprias decisões. Não sacaneio ninguém, mas me divirto com a estupidez alheia. Não julgo, apenas observo.
O que é passado pra mim, ainda parece presente pros outros. Ô bando de museu! Mas, tudo bem, quem sabe, um dia, eu venha a entender o porque dessa "vigilância" sobre a minha vida, essa "curiosidade" toda. Vindas de onde vêm, "admiração", "respeito", "querer bem"... são palavras e expressões que não cabem.
Aceito sugestões de quem entender sobre quem estou falando. Aceito comentários sarcásticos, irônicos e sérios também. Aceito responder perguntas (fora do blog) a quem quiser entender tudo isso pra poder opinar. Aceito mandar e-mail explicando também... nossa, como eu estou receptiva hoje, não? rs
Beijo pra vocês!
PS: A situação sobre aqueles processos não recebidos que falei nos posts anteriores está encaminhada, mas ainda não está resolvida. Estará quando MEU dinheiro estiver na MINHA conta corrente, sob o MEU poder de decisão sobre o que fazer com ele. =]